A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupações sérias esta semana sobre os efeitos dos cortes de fundos realizados pelos Estados Unidos em regiões afetadas por conflitos, como o Sudão e Gaza. Esses cortes, que comprometem severamente os sistemas de saúde locais e a vigilância epidemiológica, ampliam o risco de crises sanitárias em escala global, alertou a agência da ONU.
A OMS divulgou seu alerta no dia 20 de abril de 2025, após o anúncio de que os Estados Unidos iriam reduzir sua contribuição financeira à organização. As áreas mais atingidas por essas mudanças são aquelas que vivenciam conflitos armados constantes, notadamente o Sudão, onde uma guerra civil se arrasta há dois anos, e Gaza, que está sob tensões permanentes. Essa diminuição dos recursos não apenas prejudica o atendimento médico, mas também a prevenção e controle de doenças como malária, dengue e cólera, já presentes nessas regiões.
No Sudão, a guerra civil levou ao deslocamento forçado de milhões de pessoas, que agora lutam contra múltiplas epidemias ao mesmo tempo. A OMS tem se esforçado para identificar patógenos emergentes e reemergentes, mas com os cortes financeiros dos Estados Unidos, a capacidade de resposta às crises sanitárias fica severamente limitada. Em Gaza, a situação não é menos alarmante, com a saúde pública fragilizada e a população exposta a riscos crescente à saúde.
Além do impacto direto nas áreas de conflito, a retirada dos Estados Unidos da colaboração com a OMS afeta negativamente os canais de comunicação e cooperação estabelecidos com universidades e instituições de saúde pública americanas. Versões anteriores de surtos e suas previsões dependem dessa colaboração. Soumya Swaminathan, diretora da OMS, enfatizou que vírus e bactérias não conhecem fronteiras e que a diminuição da cooperação internacional aumenta os riscos das crises sanitárias. Isso compromete severamente a capacidade de respostas coordenadas para a detecção precoce de surtos.
Os cortes nos financiamentos enfrentados pela OMS tornam cada vez mais difícil manter programas essenciais em regiões vulneráveis, o que pode resultar em um aumento não apenas das doenças evitáveis, mas também das taxas de mortalidade. A crise no Sudão e em Gaza ilustra como os conflitos armados e a instabilidade política aprofundam as preocupações sanitárias, ressaltando a necessidade de um forte apoio internacional. O retrocesso representado pela redução da ajuda dos EUA é alarmante, especialmente em um contexto onde o mundo ainda se recupera dos impactos da pandemia da Covid-19 e enfrenta novas ameaças.
A OMS, junto a seus parceiros internacionais, procura alternativas para amenizar os efeitos dos cortes nos orçamentos, mas insiste que a cooperação global e um financiamento adequado são fundamentais para a manutenção da saúde pública em nível mundial. Este alerta da OMS reforça a importância da solidariedade internacional e da continuidade de investimentos em saúde pública, especialmente em regiões de conflito, com o objetivo de evitar que as crises humanitárias se transformem em ameaças globais, um desafio que a comunidade internacional está acompanhando com crescente preocupação.