O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se depara com um novo desafio diplomático ao tentar negociar com o Irã, buscando conter seu programa nuclear. Essa tentativa ocorre após a frustração com suas promessas de paz em Gaza e na Ucrânia. A segunda rodada de negociações está marcada para este sábado, em Roma, onde a atmosfera de ceticismo e tensões regionais é palpável.
Apesar de um encontro positivo em Omã na semana passada, as expectativas em relação a um avanço significativo são baixas. O cenário continua delicado, com ameaças de ações militares ainda pairando no horizonte. A missão são conduzidas por Trump e sua equipe, que inclui o enviado especial Steve Witkoff e o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi.
Trump busca cumprir sua promessa de ser um pacificador global, especialmente diante de fracassos evidentes nos conflitos de Gaza e Ucrânia. A via escolhida para abordar o Irã é diplomática, numa tentativa de evitar um novo conflito no Oriente Médio. Isto é ainda mais relevante, pois desde que abandonou o acordo nuclear de 2015, a situação da relação entre os EUA e o Irã complicou-se com a campanha de "máxima pressão" promovida por Trump, resultando em sanções severas contra Teerã e um aumento nas atividades de enriquecimento de urânio por parte do Irã.
A retomada das negociações nucleares surpreendeu tanto aliados quanto adversários, incluindo Israel, que se mantém firme contra o programa nuclear iraniano e não descarta a possibilidade de ações militares para impedir o avanço deste programa. A liderança de Witkoff na equipe negociadora dos EUA levanta questões, especialmente pela sua falta de experiência diplomática. Ele também está envolvido em tentativas de resolver os conflitos em Gaza e na Ucrânia, os quais permanecem sem solução.
Trump anunciou em 7 de abril a nova fase nas conversas com o Irã, destacando o papel central de Witkoff. No entanto, seu histórico é misto. Ele não conseguiu mediar um acordo entre a Rússia e a Ucrânia e um cessar-fogo em Gaza, que havia sido alcançado pouco antes de sua posse, já desmoronou, mantendo a região em estado tenso. Israel, ampliando sua pressão, quer um acordo de desnuclearização rigoroso, semelhante ao que a Líbia firmou em 2003, mas as chances de o Irã aceitar tais condições parecem remotas. Os estados do Golfo, inquietos com a possibilidade de um novo conflito, apoiam as negociações, mas se sentem marginalizados no processo de paz.
Especialistas acreditam que, apesar dos desafios, um acordo bilateral entre os EUA e o Irã poderia ser mais realizável para Trump do que alcançar a paz em Gaza e na Ucrânia. Controlar o programa nuclear do Irã poderia dar aos EUA uma influência significativa neste contexto, algo que ainda não foi conseguido nos outros conflitos.
No entanto, as ameaças de Trump de bombardear instalações nucleares iranianas, caso as negociações não avancem, elevam o risco de um conflito aberto no Oriente Médio, o que contraria sua autodenominada missão de ser um "pacificador". Com essas negociações nucleares em pauta, Trump está diante de um teste crucial para sua política externa, e o mundo observa atentamente se ele conseguirá transformar suas promessas em resultados ou se o Irã se tornará mais um desafio na sua agenda internacional.
Nota: Este artigo foi elaborado com base em informações atualizadas até 18 de abril de 2025, refletindo os últimos desenvolvimentos nas negociações entre EUA e Irã e o contexto geopolítico atual.