O governo dos Estados Unidos pode estar prestes a abandonar suas tentativas de mediar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, conforme declaração do secretário de Estado, Marco Rubio, em 18 de abril de 2025. A afirmação veio à tona após reuniões em Paris com autoridades europeias e ucranianas, onde se discutiu o futuro da segurança na região e o anseio por um cessar-fogo.
Desde a posse do presidente Donald Trump, houve uma expectativa de um cessar-fogo rápido. Inicialmente prometido em 24 horas, o prazo se estendeu para 100 dias. No entanto, as conversas têm enfrentado grandes obstáculos, sobretudo pela resistência russa, que rejeitou propostas de um cessar-fogo total de 30 dias, apoiado por Washington e Kiev. Além disso, uma tentativa de trégua parcial para proteções de instalações energéticas não se consolidou.
A Ucrânia se mostra favorável a um cessar-fogo incondicional, mas condiciona qualquer acordo de paz a garantias de segurança, que o governo Trump ainda hesita em oferecer. Com isso, Moscou impõe condições que, segundo armariam a defesa ucraniana, como a suspensão da ajuda militar ocidental e a proibição da entrada da Ucrânia na OTAN. Essas exigências são firmemente rejeitadas por Kiev, que não reconhece a ocupação russa de suas terras.
Rubio reiterou que a administração americana não pretende prolongar indefinidamente as negociações a menos que haja avanços significativos. "Precisamos decidir muito rapidamente... Se for viável, estaremos avançando. Se não, temos outras prioridades", afirmou o secretário.
O presidente Trump, ainda investido em um acordo, expressou frustração pela falta de progresso, responsabilizando o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o ex-presidente Joe Biden por parte do conflito, ao se referir à invasão russa como "guerra de Biden".
Após os encontros em Paris, uma nova rodada de reuniões está agendada para Londres, onde Rubio deverá participar para discutir o futuro da Ucrânia e a segurança na Europa.
A possibilidade de abandono das negociações por parte dos Estados Unidos reflete a complexidade do conflito, caracterizado por demandas conflitantes e uma falta de confiança entre as partes envolvidas. Enquanto o prazo para uma decisão se aproxima, o mundo aguarda para ver se haverá um avanço significativo ou se Washington redirecionará suas atenções para outras questões internacionais.