Tóquio, 17 de abril de 2025 — As exportações do Japão registraram uma alta de 3,9% em março, impulsionadas pela forte demanda por veículos e máquinas. Apesar desse crescimento, os números ficaram aquém das projeções de mercado, e esse cenário é exacerbado por crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos, onde a possibilidade de tarifas setoriais ameaça impactar setores-chave da economia japonesa, conforme reportado pela CNBC.
O volume exportado atingiu 9.469,60 bilhões de JPY em março, superando os 8.249,20 bilhões de JPY de fevereiro de 2024. Contudo, analistas esperavam uma aceleração mais robusta, especialmente após um crescimento expressivo de 11,4% em fevereiro. Setores como equipamentos de transporte, que registrou 11,7% de alta, e máquinas elétricas, com 9,7%, continuaram em ascensão, enquanto a China se consolidou como o principal parceiro comercial, absorvendo 19% das exportações, seguida pelos EUA, com 18%.
Embora o crescimento das exportações tenha sido positivo, especialistas expressam preocupações sobre a possibilidade de tarifas norte-americanas sobre produtos como aço e automóveis. Em fevereiro, as vendas para os EUA tiveram um aumento de 10,5%, com o setor automotivo liderando esse crescimento com 13,4%, demonstrando a vulnerabilidade desta indústria em face de potenciais medidas protecionistas.
Analistas advertiram que as restrições comerciais podem reduzir a competitividade das exportações japonesas, que já enfrentam baixa demanda global. Com a previsão de exportações em torno de 9.500 bilhões de JPY para o trimestre que termina em junho, as incertezas estão sempre ligadas à política monetária do Federal Reserve.
Projeções da Trading Economics indicam que, em 2026-2027, as exportações do Japão podem oscilar entre 10.500 a 11.100 bilhões de JPY, dependendo da resolução de disputas comerciais e da recuperação econômica da China. O governo japonês também está monitorando a guerra comercial entre a UE e a Ásia, especialmente após uma queda de 7,7% nas vendas para o bloco europeu em fevereiro.
Por outro lado, a retomada de mercados como Taiwan, com um aumento de 36,5%, e Coreia do Sul, que cresceu 16,2%, traz um contraponto positivo ao cenário.
A visita do presidente Lula ao Japão em março destacou esforços para ampliar parcerias comerciais, especialmente em minério de ferro e carnes, com o Japão sendo o 11º maior parceiro comercial do Brasil.
Dados detalhados de março por setor ainda não foram divulgados oficialmente, e novas atualizações acontecerão conforme as informações forem disponibilizadas.
Atualizações em tempo real incluem dados preliminares de março, divulgados pela CNBC, e as negociações UE-Japão sobre tarifas de aço que continuam em andamento.
Fontes primárias: Trading Economics, CNBC, Poder360.