O dólar começou o pregão desta quinta-feira (17) em alta, cotado a R$ 5,8749, refletindo as incertezas geradas pelas recentes declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Investidores globais estão atentos às movimentações políticas e econômicas em meio à escalada da guerra tarifária.
Na quarta-feira (16), Jerome Powell alertou que as tarifas impostas por Trump atingiram níveis superiores ao esperado, o que pode dificultar o controle da inflação. "Estamos esperando maior clareza sobre os efeitos da guerra tarifária antes de ajustar a taxa básica de juros", afirmou Powell, cujo foco é equilibrar a luta contra a inflação com a manutenção de um mercado de trabalho saudável. Atualmente, as taxas de juros estão entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Em contrapartida, Trump criticou Powell, considerando-o "atrasado e errado" e exigindo cortes nas taxas de juros para estimular a economia. Ele tem buscado reduzir tensões tarifárias nas negociações comerciais com países como México, Japão e Itália, embora mantenha a pressão sobre diversos setores.
A alta do dólar em 0,18% acompanhou o juro crescente nos EUA, que torna os títulos públicos americanos mais atrativos. Contudo, a guerra comercial pode desacelerar a economia, criando riscos de recessão que impactam negativamente a moeda americana, refletindo na aversão ao risco dos investidores, que buscam refúgio em moedas mais seguras, como o iene e o franco suíço.
Na véspera, o dólar havia recuado 0,44% em meio a expectativas de negociações comerciais entre EUA e China, o que demonstra a volatilidade que permeia os mercados financeiros.
O mercado está ansioso pela próxima reunião do Fed, programada para os dias 6 e 7 de maio, onde novas decisões sobre a taxa de juros poderão ser discutidas. Powell indicou que a taxa pode ser mantida estável enquanto se aguarda uma maior clareza sobre os efeitos das tarifas.
Além disso, as negociações comerciais entre EUA e Japão estão em foco, pois representantes japoneses buscam alívio nas tarifas. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) deve anunciar um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, em resposta às incertezas globais provocadas pela guerra comercial.
O cenário permanece instável, com a cotação do dólar sensível às mudanças políticas e econômicas. A continuidade das tensões tarifárias pode pressionar a inflação global e acentuar os riscos de recessão, enquanto progressos nas negociações comerciais oferecem um potencial alívio e estabilização para os mercados.
Este panorama evidencia como as decisões e declarações de líderes políticos e econômicos americanos, especialmente Trump e Powell, influenciam diretamente o mercado cambial e financeiro global.