Susana e Bruna Muratori, uma mãe e sua filha que ganharam notoriedade ao viverem durante sete meses em uma unidade do McDonald's no Leblon, no Rio de Janeiro, enfrentaram mais um revés em sua vida ao serem despejadas de um apartamento onde estavam morando em Botafogo na noite de terça-feira, 15 de abril de 2025. O proprietário do imóvel, que contou com o apoio de uma advogada, decidiu tomar medidas legais após a dupla se recusar a deixar o local, levando à sua saída sob a ameaça de acionamento da polícia.
A história de Susana, de 66 anos, e Bruna, de 32, tornou-se pública em 2024, quando foram vistas vivendo no McDonald's do Leblon. Elas passavam o dia na unidade e faziam suas refeições lá, o que chamou a atenção para a vulnerabilidade social que enfrentavam. Bruna, originária de Porto Alegre e moradora do Rio há oito anos, trabalhava como professora particular de inglês antes de mudar-se para a cidade, onde teve que se adaptar a uma nova realidade.
Após serem expulsas de um hostel na Rua São Clemente, em Botafogo, por falta de pagamento, as duas tiveram a ajuda de um vizinho que as acolheu temporariamente. No entanto, com o passar do tempo, elas optaram por não deixar o imóvel, o que levou o proprietário a buscar auxílio legal. O despejo se concretizou na noite de 15 de abril, quando a pressão da polícia fez com que ambas deixassem o local.
Após o despejo, testemunhas relataram que Susana e Bruna tentaram se abrigar na garagem do prédio, mas rapidamente foram vistas entrando em um táxi com destino a Copacabana. O futuro da mãe e filha permanece incerto, revelando as dificuldades enfrentadas por pessoas em situação de vulnerabilidade social no Rio de Janeiro, especialmente no que diz respeito ao acesso a moradia e assistência.
A trajetória de Susana e Bruna é marcada por conflitos e desafios. Em agosto de 2024, Susana foi detida sob a acusação de injúria racial contra adolescentes na unidade do McDonald's onde moravam, episódio que aumentou a atenção sobre seu caso. Ela foi liberada após a audiência de custódia, mas sob medidas restritivas que incluíam a proibição de frequentar o McDonald's do Leblon por dois anos e de manter distância das vítimas.
A história de Susana e Bruna destaca a urgente necessidade de políticas públicas eficazes para garantir moradia digna e apoio social a famílias em situação de risco. Sua narrativa, repleta de episódios de exclusão social e desafios em encontrar um lar estável, é um reflexo das dificuldades que muitas pessoas enfrentam nas grandes cidades do Brasil.