No dia 15 de abril, o ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, e sua esposa, Nadine Heredia, foram condenados a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. A decisão judicial, resultado de uma extensa investigação, revelou que o casal recebeu financiamento ilegal para suas campanhas eleitorais de 2006 e 2011, oriundo da empreiteira brasileira Odebrecht e do governo venezuelano sob o regime de Hugo Chávez. Com a polícia à sua procura, Heredia buscou refúgio na embaixada brasileira em Lima.
A condenação de Humala e Heredia é mais um episódio na sequência de escândalos de corrupção envolvendo a Odebrecht no Peru, uma empresa implicada em práticas de corrupção em diversos países da América Latina, no âmbito da Operação Lava Jato. Humala nega as acusações, alegando se tratar de uma perseguição política.
Atualmente na embaixada brasileira, Nadine Heredia solicitou asilo político. Esta ação pode complicar as relações diplomáticas entre Brasil e Peru, uma vez que o governo peruano busca a extradição de Heredia para que cumpra sua pena de prisão. A condenação reflete a persistência da justiça peruana em enfrentar a corrupção que mancha a história recente do país.
O caso de Humala não é isolado, pois outros ex-presidentes peruanos também enfrentam sérios problemas relacionados a corrupção. Alejandro Toledo foi condenado a 20 anos de prisão por propinas da Odebrecht, enquanto Alan García cometeu suicídio em 2019 ao ser preso por corrupção. Pedro Pablo Kuczynski se encontra sob prisão domiciliar, e Keiko Fujimori teve seu julgamento anulado recentemente, por falhas processuais na acusação. Esses eventos revelam a profundidade da corrupção na política peruana e a luta incessante para restaurar a integridade governamental.
A série de condenações de figuras públicas no Peru destaca um momento crítico, em que a sociedade busca mecanismos de accountability e transparência no governo. O caso de Heredia e Humala está longe de ser o final de uma luta contra a corrupção que continua a assolar a política peruana, mostrando a urgente necessidade de reformas contundentes.