O governo da China anunciou, em 15 de abril de 2025, a proibição de suas companhias aéreas adquirirem jatos da Boeing. A medida é uma resposta direta às tarifas de até 145% estabelecidas pelos Estados Unidos sobre uma gama de produtos chineses. Além da suspensão das compras dos aviões, a China também restringiu a aquisição de equipamentos e peças de empresas americanas, o que poderá aumentar os custos de manutenção das aeronaves operando no país.
Essa ação do governo chinês reflete a crescente tensão na guerra comercial entre as duas nações. Recentemente, os EUA elevaram tarifas sobre diversos produtos chineses, e em resposta, a China impôs tarifas de até 125% sobre bens americanos, abrangendo aeronaves e seus componentes. Essa escalada nas medidas comerciais tem potencial para afetar significativamente o comércio bilateral, que alcançou a cifra de US$ 650 bilhões em 2024.
A proibição representa um duro golpe para a Boeing, considerada uma das principais fornecedoras de aviões da China. As três maiores companhias aéreas do país — Air China, China Eastern Airlines e China Southern Airlines — tinham planos de receber 179 novos jatos Boeing até 2027, mas agora este plano corre o risco de ser comprometido. Para agravar a situação, a Boeing também enfrenta dificuldades internas, incluindo uma greve de trabalhadores no ano anterior e um incidente preocupante ocorrido em janeiro que afetou a confiança no mercado.
Com a proibição das compras, as companhias aéreas chinesas podem se voltar para alternativas como a Airbus ou a fabricante local COMAC na busca de novos jatos. Além disso, a interrupção na compra de peças e equipamentos poderá onerar as operações de manutenção das aeronaves da Boeing já em uso na China. O governo chinês, diante desse cenário adverso, está avaliando maneiras de oferecer apoio financeiro às empresas que alugam jatos Boeing e que podem enfrentar aumentos significativos em seus custos devido às novas tarifas.