O consumo mundial de vinho registrou uma queda significativa em 2024, atingindo seu menor nível desde 1961, com 214,2 milhões de hectolitros, o que representa uma redução de 3,3%. A Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) atribui essa diminuição a uma combinação de fatores econômicos, como inflação e custos elevados, além de transformações nas preferências dos consumidores e uma safra abaixo da média.
A redução no apetite por vinho é impulsionada pela inflação crescente e pelo aumento dos preços, exacerbados pela escassez de produção. Além disso, a mudança nas preferências dos consumidores, que estão cada vez mais inclinados a buscar opções de bebidas com menor teor alcoólico e estilos de vida mais saudáveis, têm influenciado esta tendência.
Em 2024, o consumo de vinho caiu 2,8% na Europa, que representa 48% das vendas globais. Nos Estados Unidos, a queda foi ainda mais acentuada, com uma redução de 5,8%. A América Latina também sentiu o impacto, com a Argentina reportando um declínio de 1,2%. Entretanto, na Espanha e em Portugal, alguns sinais de aumento modesto no consumo foram observados.
A produção vitivinícola em 2024 foi a menor em mais de seis décadas, totalizando 225,8 milhões de hectolitros, uma queda de 4,8% em relação ao ano anterior. A Itália manteve sua posição como líder na produção mundial, embora a França tenha enfrentado um impacto severo, com uma queda de 23% na safra. No Hemisfério Sul, apesar de um aumento de 23,3% na produção da Argentina em comparação a 2023, os números ainda permanecem abaixo da média dos últimos cinco anos.
A OIV observa que a mudança estrutural no perfil do consumidor exige que o mercado de vinhos se adapte a novos gostos e preferências. À medida que o foco dos consumidores se volta para estilos de vida saudáveis e opções com trânsito alcoólico reduzido, a indústria vitivinícola deve encontrar maneiras de se tornar mais competitiva e relevante.