Erik Prince, um aliado próximo de Donald Trump e ex-CEO da Blackwater, acaba de fechar um acordo significativo com a República Democrática do Congo (RDC) para auxiliar no controle e na tributação da vasta riqueza mineral do país. Este acordo foi concretizado em janeiro, antes de uma ofensiva dos rebeldes M23, apoiados por Ruanda, que resultou na captura das principais cidades do leste congolês. A iniciativa de Prince se alinha a um projeto mais amplo entre o Congo e a administração Trump, visando assegurar o fornecimento de minerais críticos.
O foco deste novo acordo é melhorar as receitas fiscais e combater o contrabando de minérios, um desafio persistente no setor. A República Democrática do Congo é o maior produtor mundial de cobalto e responde por quase 70% da produção global de tantalum. Além disso, o país possui reservas substanciais de cobre, lítio e coltan, recursos que têm atraído crescente atenção internacional.
Apesar de seu potencial mineral, a RDC enfrenta uma série de crises, incluindo a violência entre grupos armados, destruição ambiental e violação dos direitos humanos, com relatos de trabalho infantil em minas em condições extremamente perigosas. O acordo com Prince pode representar uma tentativa de mitigar esses problemas reflexivos, embora os desafios permaneçam imensos.
A implementação do acordo terá como ponto inicial a província de Katanga, situada longe dos territórios dominados pelos rebeldes M23. Para isso, os assessores de Prince trabalharão juntamente com especialistas em testes e inspeção de commodities, visando otimizar a coleta de receitas nas minas de cobre, que são vitais para a economia local.
A presença de empresas chinesas no setor de mineração da RDC é uma realidade marcante, e a União Europeia também tem procurado recursos na região, utilizando Ruanda como intermediária e oferecendo cerca de $935 milhões para accesso a minerais preciosos como estanho, tungstênio e ouro. A competição por esses recursos tem se intensificado, com diferentes potências internacionais em busca de garantir suprimentos.
Com relação à segurança no Congo, a administração Trump ainda não se pronunciou sobre como os EUA planejam contribuir como parte desse acordo mineral. Especialistas sugerem que a contratação de empresas de segurança privadas, como a de Prince, pode ser uma solução viável para aumentar a estabilidade na região. Contudo, a necessidade de revisar o acordo em meio às negociações com os EUA se faz urgente, segundo uma fonte do governo congolês.