Em uma decisão controversa que compromete a credibilidade do processo eleitoral na Tanzânia, o principal partido de oposição, Chadema, foi oficialmente excluído das eleições gerais previstas para 2025. A decisão, anunciada pela Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC), resulta da recusa do partido em assinar um novo código de conduta eleitoral, um requisito crítico para sua participação nas eleições. Este código foi aceito por 18 dos 19 partidos registrados no país, fazendo de Chadema o único que se negou a adotar as novas diretrizes.
A exclusão do Chadema, anunciada em Dodoma, a capital administrativa da Tanzânia, foi motivada pela recusa do partido em se engajar em um processo eleitoral que consideram injusto. O partido defende que é necessária uma reforma constitucional abrangente, além de novas legislações eleitorais e de uma comissão eleitoral plenamente independente. Na visão de Chadema, a atual estrutura do sistema eleitoral favorece o partido governista Chama Cha Mapinduzi (CCM), limitando a verdadeira concorrência política.
A exclusão de Chadema gerou intensas reações entre observadores, analistas políticos e grupos da sociedade civil, que enxergam essa ação como um indício preocupante de falta de inclusão e transparência nas eleições que se aproximam. O secretário-geral do Chadema, John Mnyika, afirmou que o partido permanece firme em sua posição, reiterando que não assinarão o código de conduta sem reformas substanciais. Esta postura, por sua vez, é acentuada pelo recente cerco legal ao líder de Chadema, Tundu Lissu, que enfrentou acusações de traição por supostamente sabotar o processo eleitoral, uma alegação que acirrou ainda mais as tensões no já volátil clima político do país.
A ausência de Chadema nas próximas eleições pode resultar em uma vantagem significativa para o partido do governo, mas também levanta sérias questões sobre a legitimidade do processo eleitoral. A INEC justificou que a assinatura do código de conduta é um passo fundamental para garantir que as eleições sejam consideradas livres e justas. A recusa de Chadema em participar do acordo é um sinal de suas convicções sobre a necessidade urgente de reformas no sistema eleitoral, um impasse que poderá ter consequências duradouras na trajetória política da Tanzânia.