Em março de 2025, as exportações da China surpreenderam os analistas ao registrar um aumento significativo de 12,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este crescimento robusto foi impulsionado pela antecipação de embarques, uma estratégia adotada pelas empresas chinesas para escapar dos novos obstáculos tarifários impostos pelos Estados Unidos sob a administração do presidente Donald Trump.
As tarifas mais altas sobre produtos provenientes da China geraram incertezas no mercado global, mas, paradoxalmente, resultaram em um aumento expressivo das exportações, especialmente para a região do Sudeste Asiático, onde o crescimento alcançou quase 17%. Em contrapartida, as importações da China sofreram uma queda de 4,3% no mesmo mês, refletindo o clima de tensão comercial.
O cenário econômico atual para a China apresentou desafios variados, incluindo uma crise imobiliária prolongada e crescentes pressões deflacionárias. Apesar desse quadro desafiador, as exportações se destacam como um ponto positivo, levando o governo chinês a se comprometer a combater as tarifas americanas e garantir a proteção da economia contra "choques externos". Espera-se que novas medidas de estímulo, tanto fiscais quanto monetárias, sejam implementadas nos próximos meses.
As tarifas aplicadas pelos EUA tornaram-se um divisor de águas para a estratégia comercial da China, levando muitas empresas a acelerar suas operações de embarque antes da implementação dessas taxas. Embora isso tenha gerado um crescimento superior ao esperado, a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo continua a colocar um sombrio ponto de interrogação sobre as perspectivas para o crescimento industrial e as fábricas na China.
Consciente da necessidade de mitigar riscos, a China está buscando diversificar suas rotas comerciais e reforçar laços com outras economias, principalmente na região do Sudeste Asiático. O presidente Xi Jinping, em uma recente visita a três países dessa região, enfatizou a importância de fortalecer parcerias comerciais em meio aos desafios tarifários impostos. A Organização Mundial do Comércio adverte que essa disputa pode prejudicar gravemente o fluxo comercial entre as duas potências, afetando ainda o crescimento global.
As previsões de crescimento do PIB para 2025 foram ajustadas para baixo por instituições financeiras proeminentes, como Goldman Sachs e Citi, que citam os impactos adversos das tarifas americanas. A China se encontra em um ambiente externo desafiador, mas seus esforços para construir um mercado mais diversificado e fomentar a colaboração nas cadeias de produção e suprimento com outras nações são vista como essenciais para a superação desses obstáculos.