Em uma decisão que surpreendeu muitos, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu prisão domiciliar a Aildo Francisco Lima, um dos envolvidos nos tumultuados atos de 8 de janeiro em Brasília. Lima, que ficou famoso após fazer uma transmissão ao vivo sentado na cadeira do ministro Moraes durante a invasão do STF, estava sob prisão preventiva desde setembro de 2023.
A decisão coloca Lima sob regime de cumprimento de pena em casa, com restrições rigorosas. Ele deverá usar tornozeleira eletrônica e está proibido de acessar redes sociais, conceder entrevistas ou se comunicar com outros envolvidos nos atos.
Os eventos do dia 8 de janeiro foram marcados por invasões a prédios públicos em Brasília, incluindo o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Esses movimentos foram amplamente comparados a um golpe de Estado, resultando em múltiplas prisões preventivas e um clima de incerteza política no país.
A decisão de Moraes foi fundamentada na necessidade de equilibrar a liberdade de ir e vir com os imperativos da justiça penal. Além de impor a tornozeleira eletrônica, o ministro ressaltou que Lima só poderá receber visitas de advogados e familiares, e que qualquer comunicação fora desse círculo será severamente vigiada. Moraes ainda autorizou uma viagem a Jundiaí, no interior de São Paulo, para que Lima possa visitar seu pai, que se encontra internado em estado crítico.
A concessão da prisão domiciliar a Aildo Francisco Lima é um reflexo das complexidades e nuances que cercam os casos relacionados aos atos de 8 de janeiro. Apesar de Lima ainda não ter enfrentado um julgamento pelo STF, essa medida cautelar busca atingir um equilíbrio entre a necessidade de justiça e a preservação dos direitos individuais. Entretanto, o cenário permanece sob rigorosa supervisão, dada a utilização de tornozeleira eletrônica e as restrições severas em relação à comunicação.