Uma medida judicial controversa tomou conta da imprensa internacional ao autorizar a deportação de Mahmoud Khalil, um líder estudantil palestino, que se destacou em protestos pró-Palestina na Universidade de Columbia. A decisão foi proferida por uma juíza de imigração dos Estados Unidos na última sexta-feira, 11 de abril, durante uma audiência virtual realizada na Louisiana.
Khalil, de 30 anos e portador de um green card, foi detido em Nova York, no dia 8 de março, com base em alegações que afirmam que suas crenças e conexões poderiam ser contrárias aos interesses da política externa dos EUA. A juíza Jamee Comans ressaltou em seu parecer que o governo demonstrou motivos legítimos para a deportação, utilizando como base um memorando do secretário de Estado Marco Rubio.
Graduado pela Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil foi uma das figuras centrais em protestos em apoio à Palestina. Sua detenção se insere em um padrão mais amplo de prisões de estudantes e acadêmicos palestinos nos Estados Unidos. O governo argumenta que a presença de Khalil nos EUA poderia acarretar repercussões significativas na política externa americana; no entanto, não há acusações de que ele tenha infringido a lei durante os protestos.
A decisão não implica na imediata deportação de Khalil, pois um tribunal federal em Nova Jersey determinou que ele deve permanecer nos EUA até que seu caso seja revisado. A defesa de Khalil ressalta que sua detenção contraria seus direitos constitucionais de liberdade de expressão e devido processo legal. A American Civil Liberties Union (ACLU) também se manifestou contrária à decisão, alertando sobre as possíveis implicações desfavoráveis para a liberdade de expressão no país.
A fundamentação para a deportação baseou-se em uma legislação rara, que concede ao secretário de Estado a autoridade de expulsar indivíduos que possam representar um risco à política externa dos Estados Unidos. Os advogados de Khalil contestam a legalidade da detenção, argumentando que o governo estaria tentando coibir a liberdade de expressão garantida pela Constituição.
Embora a decisão judicial represente um primeiro passo na complexa luta legal de Khalil, a batalha ainda está longe de ser resolvida. A equipe de defesa do estudante palestino planeja apelar da decisão e considerar todas as opções legais disponíveis para evitar a deportação, prometendo seguir firme na proteção de seus direitos.