O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou na última sexta-feira, 11 de abril, a Lei de Reciprocidade, uma medida que permite ao Brasil retaliar comercialmente países que impõem sanções unilaterais. Essa nova legislação surge como resposta ao aumento das tarifas de importação sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Com essa lei, o Brasil se prepara para adotar medidas contra o que já é conhecido como o "tarifaço de Trump", que afetou uma vasta gama de nações, totalizando mais de 180 países. O Brasil foi impactado de forma menos severa, recebendo uma tarifa de 10% para a maioria dos seus produtos, enquanto setores como aço e alumínio enfrentam taxas de até 25%.
A aprovar a Lei de Reciprocidade, o Congresso Nacional agiu urgentemente, buscando uma resposta coordenada tanto da base governista quanto da oposição. Este novo dispositivo legal possibilita ao governo brasileiro não apenas a imposição de tarifas adicionais, mas também a suspensão de concessões comerciais e a abolição de obrigações referentes à propriedade intelectual, entre outros. A intenção é que o Brasil não se torne um "parceiro de segunda classe" na arena comercial global.
A sanção dessa lei acontece em um contexto de intensas tensões no comércio global. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a necessidade de continuar o diálogo com os Estados Unidos. Ele ressaltou que embora o Brasil tenha agora um respaldo legal mais robusto para responder a tarifas hostis, o governo ainda busca negociações para evitar escaladas desnecessárias.
A nova legislação também requer que o governo brasileiro conduza consultas públicas antes de implementar contramedidas, embora preveja ações imediatas em circunstâncias excepcionais. Até o momento, nenhuma retaliação específica contra os EUA foi anunciada, mas as portas estão abertas para que novas medidas possam ser adotadas conforme a situação evolui.
Com a promulgação da Lei de Reciprocidade, o Brasil ganha um novo instrumento para lidar com a dinâmica das relações comerciais internacionais. As perspectivas futuras dependem não apenas da eficácia das medidas retaliatórias, mas também da habilidade do governo em negociar acordos que favoreçam os interesses brasileiros e recuperem a confiança nas relações comerciais com os Estados Unidos e outros países impactados.