O atual prefeito de Maricá, Washington Quaquá, deu um passo audacioso ao anunciar sua candidatura à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT). Este movimento ocorre em um momento delicado, onde o partido enfrenta um racha interno, especialmente na sua corrente predominante, Construindo um Novo Brasil (CNB).
Quaquá, que também ocupa a posição de vice-presidente do PT, fez seu anúncio em um grupo de WhatsApp da CNB, onde deixou claro seu descontentamento em relação ao apoio à candidatura do ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, visto como o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A eleição interna do PT não só reafirma a relevância do partido no cenário político brasileiro, mas também revela seus embates internos. Junto a Quaquá e Edinho Silva, disputam a presidência o deputado Rui Falcão (SP), o secretário de Relações Internacionais Romênio Pereira, e o líder da corrente Articulação de Esquerda, Valter Pomar. A presença de Quaquá intensifica a fissura dentro da CNB, que já enfrentava resistências à candidatura de Edinho.
O candidato, em sua defesa, promove a revitalização do PT, criticando Silva por sua falta de experiência em atuação com comunidades carentes. Quaquá reconhece a importância de Gleisi Hoffmann na reeleição de Lula e se compromete a resgatar o histórico do partido de estar ao lado dos mais humildes. Sua plataforma eleitoral está fundamentada em seu recente livro, "Diálogos com a Utopia".
Enquanto Quaquá busca unir forças, Edinho Silva se beneficia do apoio de figuras proeminentes do governo, como os ministros Fernando Haddad, Alexandre Padilha e Wellington Dias, além do líder do governo no Senado, Jaques Wagner. Contudo, o suposto apoio de Lula suscita dúvidas entre os membros da CNB, que questionam a existência de um endosse formal por parte do presidente. Por outro lado, Quaquá aspira construir alianças programáticas com outros candidatos para um eventual segundo turno.
A disputa pela presidência do PT se apresenta não só como uma luta pelo controle do partido, mas também como uma análise mais profunda das suas diretrizes e compromissos com a base social que representa. As próximas semanas prometem ser decisivas para o futuro da legenda e para a política nacional.