Na última sexta-feira, 4 de abril, a política sul-coreana foi abalada com a destituição do presidente Yoon Suk-yeol, decidida pelo Tribunal Constitucional. A medida, considerada um marco histórico, ocorreu após a tentativa de Yoon de instalar lei marcial em dezembro de 2023, o que gerou uma profunda crise política e uma série de consequências inesperadas.
Yoon Suk-yeol, que até então ocupava a presidência, foi acusado de violar os poderes constitucionais ao tentar implementar essa medida drástica, alegando que a oposição estava comprometendo a democracia. No entanto, sua ação provocou uma forte reação da sociedade civil e da classe política, levando à sua destituição após um controverso processo judicial.
A crise teve início no dia 3 de dezembro de 2023, quando Yoon anunciou a lei marcial. A justificativa dada por ele foi a suposta ameaça à democracia por parte de forças opositoras, uma acusação que gerou polêmica e resistência entre parlamentares e cidadãos. Com a pressão aumentando, a medida foi rapidamente revogada, mas os danos estavam feitos, clivando as relações entre governo e oposição.
A decisão do tribunal não só resultou na destituição de Yoon, mas também abriu caminho para eleições presidenciais que ocorrerão dentro de 60 dias, conforme exigido pela Constituição sul-coreana. Durante este intervalo, o primeiro-ministro Han Duck-soo assumirá a presidência interina, uma jornada marcada por incertezas e desafios. As figuras políticas agora se mobilizam em busca da aprovação popular para as próximas eleições.
A destituição foi precedida pela detenção de Yoon, que se tornou o primeiro presidente da Coreia do Sul a ser preso em exercício do cargo. A medida foi realizada pela agência anti-corrupção do país, após semanas de impasses e negociações. Inicialmente, seus advogados resistiram à ordem de prisão, alegando ilegalidade, mas a situação se agravou, resultando na sua captura e subsequente destituição.
As ramificações da destituição de Yoon são profundas, refletindo uma reavaliação das práticas políticas na Coreia do Sul. A decisão do Tribunal Constitucional foi amplamente vista como uma vitória para a democracia e os direitos humanos, reavivando o debate sobre a governança e o papel da oposição em um sistema já polarizado. À medida que o país se prepara para novas eleições, analistas se perguntam sobre o futuro da política sul-coreana e a possibilidade de uma mudança significativa no cenário atual.