O deputado federal Rui Falcão (PT-SP) lançou sua candidatura à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta quarta-feira, 9 de abril de 2025, em Brasília. A competitiva corrida interna ocorre em meio a divisões significativas, destacando-se a oposição entre Falcão e o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, considerado o candidato predileto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
As próximas eleições internas do partido estão marcadas para 6 de julho, enquanto o prazo para inscrições de candidaturas se estende até maio. Com histórico de presidência do PT entre 2011 e 2017, Falcão busca apoio da ala mais à esquerda do partido, sinalizando uma crítica às orientações moderadas de Silva.
A candidatura de Falcão é uma resposta direta às divisões internas dentro do PT, especialmente entre a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), que apoia Edinho. O deputado deixa claro que sua intenção não é contradizer Lula, mas sim reconectar o partido com suas bases sociais. "O PT não pode ser um partido só de parlamentares, tendências e chefes do Executivo", destacou em seu discurso.
Possuindo uma estratégia ambiciosa, Falcão pretende levar a disputa ao segundo turno, unificando as correntes mais à esquerda do PT. Ele posiciona Edinho Silva como um candidato que se mostra excessivamente moderado, afirmando que o ex-prefeito aparenta vergonha das bandeiras históricas do partido. "Estamos em um embate com o fascismo e com o neoliberalismo, não é só com o fascismo", enfatizou, ressaltando a necessidade de uma identidade clara para o PT.
A luta interna no PT também é marcada por acusações de abuso de poder econômico. Valter Pomar, outro candidato à presidência, levantou questões sobre a possível utilização de recursos do Diretório Nacional para financiar a campanha de Edinho. Essa falta de transparência suscitou críticas severas, com Pomar afirmando que "a democracia petista não rima com abuso de poder econômico".
Enquanto Edinho Silva defende uma aproximação com centristas, Falcão acredita que essa estratégia pode desvirtuar a essência do PT. Para ele, a polarização é uma ferramenta crucial para enfrentar a direita, argumentando que a manutenção das convicções do partido é imprescindível. "Não podemos perder a identidade do PT nem nos transformar em um braço institucional do governo", afirmou com firmeza.
Com as eleições do PT se aproximando, Falcão, Edinho, Romênio Pereira e Valter Pomar se preparam para uma luta acirrada pela liderança do partido. Falcão entra no cenário como uma resposta à resistência que Edinho enfrenta, não obstante seu status como candidato preferido de Lula. Críticas de setores do partido que buscam um direcionamento mais à esquerda sinalizam um ambiente competitivo e provocador.
A disputa pela presidência do PT transcende a simples luta por liderança; ela representa uma batalha por diretrizes e pela visão futura do partido em um cenário político brasileiro que se torna cada vez mais polarizado. À medida que a data das eleições se aproxima, as tensões internas provavelmente aumentarão, refletindo a complexidade da política contemporânea no Brasil.