Em março de 2025, os preços ao consumidor na China apresentaram uma queda de 0,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Este resultado marca o segundo mês consecutivo de declínio, embora a redução tenha sido menos acentuada em comparação com fevereiro, quando os preços caíram 0,7%. A expectativa do mercado, que previa uma estabilização ou até mesmo um aumento de 0,1%, foi frustrada, sinalizando uma continuidade nas pressões econômicas que afetam o país.
A diminuição nos preços reflete a crescente pressão resultante das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos, cujas consequências podem levar a mais quedas no futuro. Recentemente, o presidente dos EUA anunciou um aumento nas tarifas sobre produtos chineses para 125%, uma medida que pode intensificar ainda mais a pressão inflacionária na China.
A situação econômica global e a tensão comercial entre os dois países estão interligadas e têm impacto significativo sobre os preços ao consumidor. Em resposta às tarifas americanas, a China impôs aumentos nas tarifas sobre importações dos Estados Unidos, atingindo valores de até 84%. Essa dinâmica não apenas afeta o comércio bilateral, mas levanta preocupações sobre a viabilidade do crescimento econômico da China a curto e médio prazo.
Embora os preços ao consumidor tenham caído, a inflação core — que exclui alimentos e combustíveis — registrou um aumento para 0,5% em março, revertendo a queda de 0,1% observada em fevereiro. Esta situação demonstra uma complexidade crescente nas tendências inflacionárias, com um cenário de deflação industrial persistente. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou uma queda de 2,5% em março, o que marca o trigésimo mês consecutivo de deflação no setor industrial.
À medida que as tarfias aumentam e a demanda por produtos chineses pode cair, o impacto nas economias de ambos os lados se torna cada vez mais evidente. O foco da China agora é diversificar suas exportações e fortalecer seu mercado interno como forma de minimizar as consequências negativas do conflito comercial. O futuro econômico da China dependerá fortemente de sua capacidade de navegar por esse cenário volátil e desenvolver estratégias efetivas para sustentar seu crescimento em meio a incertezas globais.