A confiança dos britânicos na economia atingiu seu nível mais baixo desde 1978, com uma pesquisa da Ipsos MORI revelando que apenas 7% dos entrevistados acreditam em uma melhora econômica nos próximos 12 meses. Os dados, coletados até abril de 2025, indicam que um alarmante 75% dos britânicos preveem uma piora na situação econômica, refletindo o maior ceticismo econômico em quase meio século.
Com um índice líquido de otimismo que caiu para impressionantes -68 pontos, a pesquisa divulgada no dia 27 de abril de 2025 aponta que a desconfiança dos cidadãos cresceu 8 pontos percentuais somente entre março e abril. Essa medida negativa supera ambientes de crise anteriores, incluindo a recessão financeira de 2008 e o impacto da pandemia de COVID-19.
O atual primeiro-ministro trabalhista, Keir Starmer, enfrenta seu maior desafio econômico desde que assumiu o cargo em julho de 2024. Com a meta de posicionar o Reino Unido como a economia mais dinâmica do G7, os dados mostram um pessimismo acentuado, 30 pontos acima do registrado em junho do ano anterior. "Poucos líderes enfrentaram tamanho ceticismo nesta fase do mandato", alerta Gideon Skinner, diretor da Ipsos.
Outro aspecto relevante da pesquisa, realizada de 4 a 7 de abril, revela que apenas 30% dos britânicos acreditam na continuidade da "relação especial" com os EUA, uma queda de 17 pontos em apenas um ano. As tarifas impostas pelo governo americano são identificadas como um fator crítico, uma vez que 4 de cada 10 cidadãos se opõem a retaliações imediatas nas tarifas, preferindo que o governo busque negociações. O governo britânico está atualmente empenhado em evitar uma guerra tarifária com os EUA por meio de um acordo comercial.
Enquanto o índice global de confiança do consumidor caiu 0,5 ponto em abril, países como Chile e Brasil apresentam sinais de recuperação. No Reino Unido, a realidade se mostra desafiadora, contrastando com as ambições de liderança no G7, colocando pressão sobre Starmer para apresentar resultados positivos antes das eleições locais de 2025.
Diante deste cenário, o Executivo britânico tem dado prioridade a acordos comerciais destinados a proteger os setores exportadores do país. Especialistas recomendam a adoção de medidas anticíclicas que possam oferecer suporte à economia em meio a um ambiente de crescente ceticismo público e pressões geopolíticas. O Reino Unido se vê, portanto, diante de um dos seus maiores testes econômicos desde o referendo do Brexit.