Em um movimento que promete afetar gravemente a indústria de citrinos na África do Sul, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no dia 2 de abril de 2025 a imposição de uma tarifa de 10% sobre todas as importações americanas, além de tarifas específicas que podem chegar a até 31% para países selecionados, incluindo a África do Sul. Esta medida representa uma séria ameaça a cerca de 35.000 empregos na indústria de exportação de citrinos, que faturam mais de US$ 100 milhões anualmente apenas no mercado americano.
Os produtores sul-africanos estão enfrentando um aumento significativo nos custos devido às novas tarifas, o que pode torná-los menos competitivos no mercado dos Estados Unidos. Com a tarifa de 30% sobre as exportações de citrinos da África do Sul, estima-se que a adição de cerca de $4,25 por caixa de frutas pode erodir ainda mais sua posição no comércio. Em termos de volume, a África do Sul exporta cerca de R1,8 bilhão em citrinos para os EUA anualmente, correspondendo a 5,4% de suas exportações totais, um componente vital especialmente para a região da Cidade do Cabo, onde essas exportações representam cerca de 20% do total.
A situação levantou a preocupação da Associação de Produtores de Citrinos da África do Sul (CGA), que fez um apelo ao governo sul-africano para que inicie negociações urgentes com a administração dos EUA. A CGA enfatiza que cidades como Citrusdal, que dependem em grande parte das exportações de citrinos, podem enfrentar consequências econômicas severas, incluindo o aumento do desemprego e o risco de colapso econômico local. Os agricultores estão alarmados com a possibilidade de perdas financeiras substanciais, se a situação continuar sem solução.
O impacto das tarifas não afeta apenas os trabalhadores diretamente envolvidos na colheita e exportação, mas tem repercussões mais amplas na economia regional. A capacidade dos consumidores americanos de absorver os aumentos de preços resultantes das tarifas será um fator crucial para determinar o futuro da indústria de citrinos sul-africana. Em um cenário onde a competição de outros produtores de citrinos, como Peru e Chile, se intensifica, e estes enfrentam tarifas mais baixas para acessar o mercado americano, o desafio se torna ainda mais complexo.
A África do Sul tem ressaltado sua intenção de manter um diálogo aberto com os Estados Unidos, evitando ações de retaliação, dada a significância da relação comercial entre os dois países. Essa abordagem diplomática é vista como uma tentativa de encontrar uma solução que possa proteger a indústria de citrinos e os empregos que dela dependem, enquanto se busca equilibrar as necessidades e interesses dos dois lados.