A oposição liderada pelo Partido Liberal (PL) intensificou os esforços para aprovar o controverso Projeto de Lei da Anistia, que visa perdoar os crimes políticos e eleitorais associados aos eventos de 8 de janeiro de 2023. O projeto, que está parado na Câmara dos Deputados desde outubro de 2023, busca aliviar a responsabilidade dos envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília.
Desde o início de abril de 2025, o PL tem procurado alternativas para angariar apoio, apesar da resistências significativas da base governista. Um dos principais responsáveis pela iniciativa, o ex-deputado Major Vitor Hugo (PL-GO), já viu sua proposta ser rechaçada por líderes que consideram a anistia uma forma de impunidade.
Comandados pelo deputado Sóstenes Cavalcante, os membros do PL decidiram obstruir os trabalhos na Câmara como um meio de pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta, a pautar com urgência o projeto de anistia. Essa estratégia implica atrasar votações e sessões, descontentando partidos centristas, que veem a manobra como uma tentativa de desgastar a imagem da oposição.
Atualmente, o PL conta com 162 assinaturas, mas é necessário atingir 257 para conseguir priorizar a votação. O partido continua a busca incessante por apoio individual de deputados, na esperança de garantir a aprovação do projeto.
A proposta para a anistia enfrenta forte oposição da base aliada ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que sustenta que os atos criminosos realizados devem ser responsabilizados e não podem ser perdoados. Além disso, pesquisas recentes indicam que a maior parte da população se posiciona contrária à anistia, o que levanta preocupações sobre a aceitação pública da proposta.
As declarações de líderes de partidos centristas reforçam o discurso de que a abordagem do PL é prejudicial e pode acabar por minar a credibilidade da oposição em questões relevantes para a sociedade.
As perspectivas para o PL da Anistia são incertas, com a oposição insistindo em obter apoio individual, enquanto o presidente da Câmara se resguarda de priorizar um tema que pode gerar atritos com o Supremo Tribunal Federal (STF). Essa batalha representa um importante teste para a liderança do governo e a atuação de Hugo Motta na Câmara dos Deputados.
O desfecho do projeto de lei, portanto, não se limita apenas às questões legais, mas reflete uma luta política que pode ter repercussões significativas nas relações entre oposição e governo no Brasil.