Desde 13 de abril de 2025, a França vive uma onda de ataques coordenados a prisões e instituições do sistema penitenciário. Os incidentes, que incluem incêndios criminosos e disparos de armas automáticas, têm gerado preocupações em todo o país. O ministro do Interior, Bruno Retailleau, aponta os traficantes de drogas como os principais suspeitos. Essa escalada de violência é considerada uma represália à repressão estatal contra o tráfico, notadamente o aumento do fluxo de cocaína sul-americana na Europa.
Os ataques ocorreram em várias noites entre 13 e 16 de abril de 2025, abrangendo pelo menos nove prisões em diversas regiões. Na primeira noite, sete veículos foram incendiados na Escola Nacional de Administração Penitenciária (Énap) em Agen e em outros locais. No dia seguinte, disparos de um AK-47 foram registrados na prisão de Toulon-La Farlède, onde a sigla "DDPF" foi pichada como um aviso.
Prédios e veículos de agentes penitenciários foram foco dos ataques. Em Marselha, carros foram incendiados em áreas residenciais de oficiais do sistema. Ao todo, 24 veículos foram destruídos e disparos ocorreram em diferentes locais, refletindo a gravidade e a complexidade da situação.
Bruno Retailleau enfatizou que, apesar de o grupo DDPF (Droits des Détenus Français) ter reivindicado os ataques, a conexão com traficantes de drogas é mais provável. O governo investiga ainda possíveis influências de grupos de extrema-esquerda. Medidas rigorosas estão sendo implementadas, incluindo a abertura de prisões de alta segurança e restrições de contato para detentos.
Gérald Darmanin, ministro da Justiça, corrobora a abordagem firme do governo: "Não se ameaça o Estado impunemente", enquanto a Procuradoria Nacional Antiterrorista (PNAT) categoriza os ataques como atos terroristas, dada a intenção de desestabilizar a ordem pública.
A França está enfrentando um aumento recorde no tráfico de cocaína, especialmente da América do Sul, afetando a segurança em cidades e regiões. Apesar das apreensões crescentes, a influência dos traficantes no mercado europeu continua a crescer, resultando em uma crise de violência que permeia o sistema prisional e as comunidades.
Batalhas internas no sistema penitenciário e confrontos entre grupos de criminosos criam um cenário desolador onde a segurança dos agentes e do público em geral está em xeque.
Esses ataques representam um desafio sem precedentes para a segurança interna da França, ressaltando a relação intrincada entre crime organizado, penitenciárias e a estabilidade do Estado. A investigação continua, e as autoridades estão concentradas em identificar e punir os responsáveis.