No último domingo, 6 de abril, a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Acompanhado de sete governadores, entre eles Tarcísio de Freitas e Romeu Zema, Bolsonaro utilizou o evento para defender a anistia dos envolvidos nos conturbados atos de 8 de janeiro de 2023 e disparar críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante seu discurso, Bolsonaro assegurou que chamar os eventos de 8 de janeiro de tentativa de golpe é uma visão extremista: "só um psicopata" poderia ver dessa forma. Essa afirmação acirrou ainda mais um cenário já carregado de divisões políticas.
A manifestação teve como um dos organizadores o pastor evangélico Silas Malafaia, iniciando por volta das 14h e se encerrando às 16h. Os participantes trouxeram réplicas de batons, uma referência ao caso de Débora Rodrigues, condenada por vandalizar a estátua da Justiça em Brasília. Além disso, músicas e cartazes com dizeres como "revolta do batom" marcaram a liturgia do protesto, enfatizando a indignação popular.
No mesmo dia, o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, anunciou que já havia coletado 162 assinaturas de parlamentares em apoio a um projeto de anistia que necessita de 257 para ser votado. Contudo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, manteve-se em silêncio sobre a inclusão da proposta na pauta, levantando dúvidas sobre a viabilidade da anistia. Bolsonaro também almeja apoio internacional, destacando a presença de seu filho Eduardo nos Estados Unidos como uma potencial fonte de respaldo.
A situação de Bolsonaro se complica ainda mais com a recente aceitação de uma denúncia pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele e sete de seus aliados enfrentam acusações de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, após se tornarem réus no dia 26 de março. Isso coloca a figura do ex-presidente sob intensa pressão legal em meio ao cenário político atual.
O clamor por justiça e os desdobramentos da manifestação em São Paulo respiram um ambiente de incertezas. Enquanto o ex-presidente tenta mobilizar apoio, o futuro de sua relação com a justiça e a política brasileira permanecerá em evidência, ilustrando as profundas divisões que marcam o país atualmente.