O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de envolvimento em uma trama golpista, poderá ser impactado pelas divergências do ministro Luiz Fux no Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado questionou a competência da Primeira Turma para julgar o caso, defendendo que o plenário da Corte deveria ser o responsável pela análise, considerando a gravidade da situação.
Programado para os dias 25 e 26 de março de 2025, o julgamento ocorrerá no STF, onde a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia contra Bolsonaro e outros sete réus. O contexto desse julgamento é cercado de tensão, devido às repercussões institucionais que ele acarreta e à importância da decisão final.
O ministro Fux, assim como seus colegas, faz parte da Primeira Turma do STF, mas foi o único a apoiar os pedidos das defesas para que o caso fosse direcionado para instâncias inferiores ou para o plenário da Corte. Essa postura pode marcar um divisor de águas na análise do caso, pois Fux expressou sua insatisfação com a delação do tenente-coronel Mauro Cid, que foi um dos principais colaboradores na investigação, colocando em dúvida a credibilidade de seus depoimentos.
A defesa de Bolsonaro enxergou nessas críticas uma esperança, desmarcando uma possível "luz no fim do túnel" para o ex-presidente. Fux questionou a eficácia de nove depoimentos fornecidos por Cid em sua colaboração, o que pode levar a um reexame da evidência apresentada.
As divergências expressas por Fux não são meramente simbólicas; elas podem ter efeitos diretos na pena que pode ser imposta ao ex-presidente. Mesmo com a decisão unânime da Primeira Turma em relação a outros réus, as observações feitas pelo ministro podem influenciar a dosimetria de eventuais penas, moldando o futuro do julgamento.
Enquanto isso, a defesa de Bolsonaro registrou alívio com as intervenções de Fux, embora não signifiquem uma mudança na tendência geral do acolhimento da denúncia. A fase de instrução do processo está agora em andamento, e os pontos levantados por Fux serão reavaliados, o que poderá levar a um novo desdobramento no julgamento.
Com o processo em andamento, as próximas fases serão críticas. As intervenções de Fux, apesar de polêmicas, poderão não alterar o êxito da acusação, mas proporcionam um espaço para reanálise de elementos chave. O futuro político e judicial de Jair Bolsonaro poderá depender das decisões tomadas nas próximas semanas.