O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, recentemente expressou sua oposição às tarifas de 25% que os Estados Unidos impuseram sobre o aço e o alumínio, classificando a medida como uma decisão equivocada. Alckmin destacou que o Brasil não representa um problema comercial para os EUA, os quais mantêm um superávit significativo nas transações comerciais com o país.
As tarifas, que atingem várias nações, foram introduzidas durante a administração de Donald Trump, mas Alckmin pondera que essas políticas não foram direcionadas especificamente ao Brasil. Em vez disso, ele aponta que as tarifas são parte de uma abordagem mais ampla que afeta todos os países do comércio global.
Em suas declarações, Alckmin enfatizou a importância do diálogo na resolução deste impasse comercial e defendeu que o comércio exterior deve ser uma relação mútua, onde ambas as partes se beneficiem.
"Precisamos garantir uma relação que seja 'ganha-ganha', com foco na reciprocidade e cooperação entre nações", afirmou Alckmin. Ele também mencionou que o governo brasileiro está considerando ações na Organização Mundial do Comércio (OMC) para proteger os interesses do Brasil em face dessas tarifas.
As tarifas impostas pelos EUA têm um impacto profundo nas exportações brasileiras de aço e alumínio, cujo valor totalizou cerca de US$ 3,2 bilhões em 2024. Diante desta situação, o Brasil está avaliando todas as possíveis estratégias no campo do comércio exterior para responder a essas novas medidas.
Alckmin ressaltou que, apesar das tarifas, mais de 70% das importações realizadas pelos EUA no Brasil são isentas de impostos, e a tarifa média efetiva fica em torno de apenas 2,7%. Ele defende que as relações comerciais devem ser mantidas em um nível de Estado, independente das mudanças nas administrações que governam ambos os países.
Recentemente, representantes dos governos brasileiro e americano se reuniram em uma sessão técnica, que não trouxe expectativas de resultados imediatos. Este encontro é reconhecido como o início de um processo de negociação que poderá ser extenso, visando atenuar os efeitos negativos das políticas tarifárias aplicadas pelos Estados Unidos.