Em Brasília, no dia 25 de março de 2025, familiares de vítimas da ditadura militar brasileira, como Ivo Herzog e Hildegard Angel, acompanharam de perto o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Os presentes na primeira fila do plenário estavam a poucos metros do ex-presidente, em um momento que representa um significativo passo na busca por justiça no país.
Este julgamento está envolto em polêmicas, com alegações sobre uma suposta participação de Bolsonaro em um plano de golpe de Estado após as eleições de 2022, gerando tensões e expectativas entre os cidadãos. O envolvimento de familiares de vítimas é um lembrete contundente do legado de dor e luta por justiça que ainda ressoa na sociedade brasileira.
A ditadura militar no Brasil, que se estendeu de 1964 a 1985, deixou um rastro de graves violações de direitos humanos e um número elevado de torturas, assassinatos e desaparecimentos forçados. Personalidades como Vladimir Herzog, jornalista que perdeu a vida em 1975, e Stuart Angel, filho de Zuzu Angel, torturado e assassinado, simbolizam a resistência contra um regime opressor.
Durante o julgamento, Hildegard Angel, filha de Zuzu Angel, enfatizou a importância de não permitir que os crimes do passado sejam esquecidos ou anistiados novamente. Wilson Herzog, filho de Vladimir Herzog, expressou seu desejo de justiça e de que o Brasil enfrente seu passado de maneira responsável.
Em um esforço contínuo para confrontar o legado da ditadura, o governo brasileiro também tomou iniciativas de reparação. Recentemente, foi feito um pedido de desculpas oficial aos familiares das vítimas, especialmente aqueles cujos restos mortais foram encontrados na Vala Clandestina de Perus, em São Paulo. A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, reconheceu as graves violações sofridas e comprometeu-se a apressar a identificação dos restos mortais ainda não identificados.
Essas ações governamentais são parte de um esforço maior para promover a justiça de transição no Brasil, visando não apenas a reparação dos danos sofridos, mas também a preservação da memória histórica e a formação de uma sociedade mais justa e igualitária.