Em fevereiro de 2025, a Marinha chinesa executou uma série de exercícios de tiro ao vivo no mar de Tasman, nas proximidades da costa australiana. A manobra, que levou à necessidade de desviar dezenas de voos comerciais, foi revelada por um piloto da Virgin Australia ao controle de tráfego aéreo, após escutar uma transmissão de rádio vindo de navios da flotilha chinesa.
Os exercícios ocorreram a cerca de 300 milhas náuticas do litoral australiano, envolvendo uma impressionante formação que incluía um cruzador do tipo 055, um contratorpedeiro do tipo 054A e um navio de reabastecimento do tipo 903. O mar de Tasman, que é uma importante rota marítima na região, separa a Austrália da Nova Zelândia e tem sido uma área de crescente interesse militar.
A resposta da Austrália foi contundente, com autoridades destacando a falta de notificação prévia por parte da China sobre as manobras, algo que foi considerado uma falha diplomática significativa. Em contrapartida, o governo chinês afirmou que as operações estavam dentro da legalidade e não representaram risco à segurança aérea, o que levou a um acirramento das tensões entre os dois países.
A Nova Zelândia também se pronunciou sobre a situação, expressando inquietação pela ausência de aviso sobre os exercícios, embora tenha enfatizado que as ações da China estavam em conformidade com a lei internacional.
O impacto na aviação foi imediato. O controle de tráfego aéreo do país emitiu um alerta de perigo, resultando na necessidade de desvio de 49 voos comerciais. Esta decisão, embora necessária para garantir a segurança dos passageiros e tripulantes, revelou a fragilidade do espaço aéreo na região frente a atividades militares.
Com a intensificação das atividades navais chinesas, especialistas alertam que a presença da Marinha da China na área pode se tornar cada vez mais comum. Isso pode implicar em um teste das reações dos países vizinhos, ao mesmo tempo que busca normalizar a presença chinesa no importante Indo-Pacífico, uma região de grande relevância estratégica.