A discussão sobre anistia tomou conta do cenário político brasileiro em 2025, envolvendo tanto o Congresso Nacional quanto o Supremo Tribunal Federal (STF). O Partido Liberal (PL) está à frente de um projeto de lei que visa anistiar os indivíduos implicados nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, uma movimentação que tensiona o debate político nacional.
Na Câmara dos Deputados, o projeto de anistia encontra-se estagnado, mas a oposição planeja pedir urgência para que a tramitação seja acelerada. Para conseguir a aprovação do projeto, são necessários 257 votos no plenário. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante, está articulando ações para que o projeto seja votado sem a necessidade de passar por comissões especiais, o que poderia facilitar a aprovação. Contudo, a base aliada do governo se opõe ao avanço da proposta, ressaltando que crimes contra o Estado Democrático de Direito não devem ser objeto de anistia.
Enquanto a Câmara debate o projeto de lei, o STF também se debruça sobre questões relacionadas à anistia. O tribunal decidiu reavaliar a validade da Lei de Anistia de 1979, que havia perdoado crimes políticos e conexos cometidos durante a ditadura militar. Um recurso da Procuradoria-Geral da República (PGR) levará o STF a julgar a morte do ex-deputado Rubens Paiva, ocorrida em 1971. Essa decisão possui potencial de repercussão geral, afetando diversos outros casos semelhantes em todo o Brasil.
Históricamente, a anistia de 1979 foi ampla, incluindo tanto os militares quanto os opositores da ditadura. No entanto, advogados e juristas argumentam que, de acordo com a Constituição Federal, crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito, como os que ocorreram em 8 de janeiro de 2023, não podem e não devem ser anistiados. Esta discussão ressoa com as tensões políticas atuais no Brasil, onde a oposição tenta minimizar as consequências legais para seus apoiadores, enquanto o governo resiste a essas tentativas de anistia.
À medida que essas discussões se desenrolam, o futuro da política de anistia no Brasil permanece incerto, com implicações que vão além das questões legais, tocando aspectos fundamentais da democracia e dos direitos humanos.