O Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para um julgamento que poderá definir o futuro de Jair Bolsonaro e sete de seus aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A decisão, com início em 25 de março de 2025, será tomada pela Primeira Turma do STF, que avaliará se aceita ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
A denúncia traz acusações graves, entre elas organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Para facilitar o processo, a PGR organizou os denunciados em cinco núcleos. O núcleo principal, que inclui Bolsonaro, terá seu julgamento adiantado, enquanto outros núcleos, que envolvem militares e ex-assessores, estão agendados para abril de 2025.
Ministros conhecidos por suas posições firmes, como Alexandre de Moraes e Flávio Dino, compõem a Primeira Turma e estarão à frente desse caso. Se a denúncia for aceita, abrir-se-á uma ação penal, permitindo a coleta de provas e a realização de depoimentos. O desejo do STF é concluir o processo até o final de 2025, evitando que se estenda até as eleições de 2026, o que poderia gerar ainda mais tensões no cenário político.
As consequências de uma eventual aceitação da denúncia são significativas. Bolsonaro e os demais acusados poderão se tornar réus e enfrentar penas que podem chegar a impressionantes 46 anos de prisão se forem condenados. No entanto, essa decisão não interferirá na sua inelegibilidade, já determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho de 2023.
Este julgamento poderá não apenas impactar diretamente a vida política de Bolsonaro, mas também repercutir em todo o cenário eleitoral no Brasil, onde a confiança nas instituições e na democracia é constantemente testada por turbulências políticas e sociais. À medida que o julgamento se aproxima, a expectativa é alta e o país observa atentamente como o STF lidará com essa delicada questão, que envolve um ex-presidente em uma alegação tão séria quanto a tentativa de golpe de Estado.