Em uma decisão que gera controvérsia e protestos, o gabinete israelense votou unanimemente em favor de uma moção de desconfiança contra a Procuradora-Geral Gali Baharav-Miara, no último domingo, 23 de março de 2025. Essa ação é interpretada como um passo inicial em direção à sua demissão, aumentando as tensões políticas no país. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu optou por não participar da votação por conta de um conflito de interesses devido ao seu julgamento por corrupção, no qual Baharav-Miara figura como promotora-chefe.
A decisão de remover a Procuradora-Geral foi amplamente criticada por partidos de oposição, os quais questionam a legalidade do processo e acusam Netanyahu de perseguir objetivos corruptos. O Ministro da Justiça Yariv Levin, que lidera a iniciativa contra Baharav-Miara, argumenta que ela tem tomado decisões que não estão alinhadas com os interesses do governo, citando diferenças significativas que dificultam a cooperação.
Baharav-Miara, no entanto, defende seu trabalho, afirmando que sua função é assegurar que o governo opere dentro da legalidade, mesmo que isso resulte em confrontos com suas políticas. Esse embate internal tem suas raízes em desacordos acumulados desde o final de 2022, refletindo uma crescente divisão entre as instituições de governo e o sistema judiciário.
A votação do gabinete não passou despercebida nas ruas de Jerusalém, onde ocorreram protestos massivos. Milhares de manifestantes se reuniram em frente ao complexo governamental, clamando pela renúncia de Netanyahu e exigindo o fim das tentativas de destituir a Procuradora-Geral e o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.
Essas manifestações evidenciam o crescente descontentamento popular com as resoluções governamentais e a direção política do país. A situação continua a se desdobrar, trazendo preocupações sobre a estabilidade do governo e o futuro do sistema jurídico em Israel.