Em janeiro de 2023, um estudo inédito revelou a existência de rochas compostas principalmente por plástico na Ilha da Trindade, localizada a 1.140 km da capital do Espírito Santo, Vitória. A descoberta, feita pela geóloga Fernanda Avelar Santos, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ocorreu durante um mapeamento geológico que surpreendeu a comunidade científica.
Essas rochas, conhecidas como "rochas de plástico", consistem em uma mistura de conchas, areia, sedimentos rochosos e uma matriz de plástico derretido. A origem dessas formações está diretamente ligada à poluição plástica global, sendo identificadas em diversas partes do mundo, mas a Ilha da Trindade se destaca por sua importância ecológica. As rochas podem ser classificadas em diferentes tipos, como plastiglomerados e piroplásticos, com base em sua composição e nível de erosão.
O impacto ambiental das rochas de plástico é alarmante. Além de alterar a dinâmica natural das praias, elas são capazes de liberar microplásticos, que são ingeridos por animais marinhos, causando sérios riscos à biodiversidade. A interação do lixo plástico com o ambiente marinho é influenciada por ações humanas, onde o descarte inadequado de resíduos plásticos nas praias, juntamente com o derretimento causado por fogueiras ou calor natural, resulta na formação desse novo "cimento" plástico.
A presença dessas rochas na Ilha da Trindade não apenas evidencia a problemática da poluição marinha, mas também destaca a necessidade urgente de monitoramento e mitigação. A pesquisa continua em busca de compreender como esses materiais interagem com o ecossistema local e quais ações podem ser tomadas para preservar ou remover essas formações assustadoras. A responsabilidade humana é crucial neste processo para evitar que as rochas de plástico se tornem uma característica permanente dos ambientes marinhos.