O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que as plataformas Meta e X apresentem à Polícia Federal (PF) informações sobre as contas do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. A decisão surge em resposta a um pedido da PF, que investiga a atuação de Santos em relação a mensagens falsas dirigidas à jornalista Juliana Dal Piva. As empresas têm um prazo de dez dias para cumprir essa ordem, sob pena de enfrentar uma multa diária de R$ 100 mil.
A abertura da investigação contra Allan dos Santos ocorreu em julho do ano passado, com a determinação do ministro Moraes para instaurar um inquérito que apurasse a conduta do blogueiro. Santos é acusado de criar mensagens fraudulentas que ferem a reputação da jornalista, o que contribuiu para o processo legal em andamento. O blogueiro, que está foragido da Justiça brasileira desde 2021, reside nos Estados Unidos e enfrenta um pedido de extradição e prisão preventiva, mas tem até agora conseguido evitar a captura.
O cumprimento da ordem prevê que a Meta forneça detalhes cruciais, incluindo dados cadastrais e endereços IP utilizados para a criação de dois perfis no Instagram, além do conteúdo postado entre 1º de junho de 2024 e 1º de fevereiro de 2025. Por sua vez, o X deve encaminhar as publicações de um perfil específico no mesmo intervalo de datas. Essas informações são vitais para elucidar a investigação sobre a disseminação de conteúdos falsos nas redes sociais.
A situação de Allan dos Santos intensifica a complexidade do caso. Desde 2021, ele vive como foragido e já acumula inquéritos por ameaças a ministros do STF e instituições, além de sua notoriedade por espalhar desinformação pela internet. Nos bastidores, analistas destacam que a possibilidade de sua extradição sob o governo de Donald Trump é amplamente considerada improvável.
Caso a Meta e o X não atendam à determinação judicial, as consequências podem ser severas. A multa diária de R$ 100 mil imposta pela Justiça brasileira reflete a pressão crescente sobre as empresas para colaborar efetivamente com as autoridades. A postura das plataformas em relação à sua responsabilidade na contenção da desinformação na internet está sob o olhar atento do público e da Justiça.