Na quarta-feira, 19 de março, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, fez uma declaração polêmica ao afirmar que não existem mais perseguições políticas ou exilados políticos no Brasil. A declaração ocorreu durante uma sessão solene em comemoração aos 40 anos da redemocratização brasileira. No entanto, a afirmação não passou despercebida pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que imediatamente contestou, declarando-se um exilado político.
Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, está atualmente nos Estados Unidos e anunciou que pretende permanecer fora do Brasil, temendo que seu passaporte seja confiscado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) caso retorne ao país. Sua decisão em permanecer no exterior evidencia um contexto político tenso, levantando questões sobre os direitos e garantias dos cidadãos brasileiros no atual cenário.
Durante seu discurso, Hugo Motta enfatizou que, ao longo das últimas quatro décadas, o Brasil superou problemas como censura, perseguições políticas e crimes de opinião. Ele assegurou que o país não conta mais com exilados políticos ou presos por motivos ideológicos, sugerindo uma normalização democrática que, segundo ele, não existia no passado autoritário.
Porém, a reação de Eduardo Bolsonaro contradiz essa visão em um momento crítico da política brasileira. Ele não apenas se autodeclara como uma vítima do sistema, mas também alegou que está abrindo mão de seu salário como deputado para enfatizar a seriedade de sua situação. "Agora tem a mim" foi como Eduardo se referiu à nova condição em que se encontra, imergindo no papel de um exilado.
A permanência de Eduardo Bolsonaro nos EUA e sua alegação de ser um exilado traz à tona debates mais amplos sobre o clima político no Brasil. O país se prepara para decisões em andamento no STF, que incluem a possível denúncia do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, e essa situação cria surtos de especulação sobre como essas medidas podem impactar o futuro político da nação.
Além disso, sua situação levanta preocupações sobre as relações entre o Brasil e os Estados Unidos, com especulações sobre a possibilidade de intervenções externas, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. A narrativa de Eduardo Bolsonaro pode sinalizar uma mudança importante no discurso político brasileiro, gerando novos debates sobre a realidade da liberdade de expressão e as consequências da polarização política que marca o país hoje.