Em uma decisão que promete gerar uma intensa disputa judicial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu na terça-feira os dois comissários democratas do Federal Trade Commission (FTC). Os comissários afetados, Alvaro Bedoya e Rebecca Kelly Slaughter, enfrentam uma medida que desafia um precedente estabelecido pelo Supremo Tribunal em 1935, que determina que comissários do FTC só podem ser demitidos por "causa justa", abrangendo ineficiência, negligência ou má conduta no exercício de suas funções.
A decisão de Trump ressoa com um conflito pregresso, quando o presidente Franklin D. Roosevelt tentou demitir um membro do FTC em 1933 devido a diferenças políticas. No caso Humphrey’s Executor v. U.S. (1935), o Supremo Tribunal decidiu que o presidente não detém a autoridade de demitir livremente membros de agências independentes, como o FTC, que possuem funções que se assemelham a poderes quase legislativos e judiciais.
Os comissários demitidos, Bedoya e Slaughter, alegaram que suas demissões foram ilegais e expressaram intenções de processar a administração Trump na busca de reverter a decisão. "Hoje, o presidente me demitiu ilegalmente do meu cargo no FTC, violando o texto claro da lei e o precedente do Supremo Tribunal", afirmou Slaughter.
A demissão dos comissários democratas deixou o FTC composto apenas por dois membros republicanos: o presidente Andrew Ferguson e a comissária Melissa Holyoak. Para que o FTC possa desempenhar certas atividades, ao menos três membros devem estar presentes para validar suas deliberações.
Este movimento é interpretado como parte de uma estratégia mais abrangente da administração Trump para desafiar a autoridade das agências reguladoras independentes. A decisão pode impactar significativamente as políticas antitruste e a regulação de grandes corporações nos Estados Unidos.
Para uma compreensão mais aprofundada das implicações legais e políticas desse desfecho, é essencial observar as reações dos principais envolvidos e as potenciais consequências jurídicas que estão por vir. A batalha legal que se segue promete ser feroz e poderá estabelecer novos limites para a autoridade do executivo no país.