O Palácio do Planalto demonstra otimismo com a recente escolha do senador Ângelo Coronel, do União-BA, como relator do orçamento de 2025. Essa indicação é interpretada como uma vitória significativa para o governo, que busca consolidar seu controle sobre as finanças públicas. Coronel é um político alinhado com as diretrizes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e sua designação é vista como uma garantia de que as prioridades orçamentárias do governo sejam devidamente atendidas.
A votação do orçamento, que inicialmente estava prevista para esta semana, foi adiada para sexta-feira, 21 de março, em razão de ajustes que o Ministério do Planejamento solicitou. Estes ajustes envolvem modificações no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), que precisam ser revisadas pela consultoria da Comissão Mista de Orçamento (CMO) antes que a votação possa ocorrer.
No entanto, a votação do orçamento de 2025 ainda apresenta incertezas, especialmente devido à viagem dos presidentes da Câmara e do Senado ao Japão. Essa viagem pode atrasar a conclusão da votação para a primeira semana de abril. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), havia demonstrado otimismo sobre a possibilidade de finalizar o orçamento até o fim de março, mas essa meta se mostra cada vez mais difícil de alcançar.
A situação não é simples, uma vez que o governo enfrenta desafios para assegurar a aprovação do orçamento dentro do cronograma desejado. A demora na aprovação pode trazer implicações negativas para a administração pública, que neste momento opera com um orçamento provisório. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) expressou que esses atrasos são prejudiciais tanto para as instituições quanto para o governo. Com todos operando em um sistema de "doze avos" do orçamento, as limitações em investimentos públicos se tornam evidente.
Em meio a esse cenário, o Planalto continua a explorar maneiras de fortalecer sua base no Congresso. Uma das estratégias consideradas é a possível nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais, o que poderia melhorar a articulação política do governo. Contudo, essa movimentação enfrenta resistências dentro da base governista, que prefere um perfil menos combativo para o cargo.
A escolha de um relator governista para o orçamento de 2025 representa um passo crucial para o governo Lula. Entretanto, os desafios políticos persistem, e as pressões para realizar ajustes no projeto orçamentário continuam a impactar o calendário de votações. A finalização do orçamento depende de uma série de fatores, incluindo a habilidade do governo em negociar e aprovar as modificações necessárias dentro do prazo estabelecido.