A Casa Branca divulgou recentemente imagens de Donald Trump acompanhando uma operação militar dos Estados Unidos contra o grupo rebelde Houthi, realizada no dia 15 de março de 2025. O ataque tinha como objetivo alvos específicos no Iêmen e faz parte de uma estratégia mais ampla para proteger ativos marítimos americanos e prevenir possíveis ameaças terroristas.
Relatos do Ministério da Saúde sob administração dos Houthis indicam que os ataques resultaram na morte de 31 pessoas e deixaram 101 feridos. Este bombardeio ocorreu em um contexto onde os Houthis haviam declarado a intenção de reiniciar suas ofensivas contra navios israelenses, que haviam sido interrompidas anteriormente por um cessar-fogo na Faixa de Gaza.
A Casa Branca afirmou que a ordem para esta operação de grande escala foi dada por Trump, destacando a intenção de defender os interesses marítimos dos Estados Unidos. Em um comunicado, o governo enfatizou que “por muito tempo, a economia e a segurança nacional dos Estados Unidos estiveram sob ataque dos Houthis. Não será assim sob esta presidência”.
Em uma postagem nas redes sociais, Trump acusou os Houthis de realizar uma “campanha implacável de pirataria, violência e terrorismo” contra o país e suas operações navais. Ele também advertiu que o ataque Houthi a embarcações americanas não será tolerado, prometendo uma resposta de força letal sem precedentes. “Se os ataques continuarem, o inferno vai cair sobre vocês como nada que vocês já viram antes”, assegurou o presidente.
Conforme reportado pelo jornal The Washington Post, a ofensiva incluiu bombardeios de navios da marinha e jatos americanos, que atacaram pontos estratégicos no Iêmen, como radares, sistemas de defesa aérea e locais de lançamento de drones.
Desde novembro de 2023, os Houthis já realizaram mais de 100 ataques a navios nessa região, justificando suas ações como uma demonstração de apoio aos palestinos no contexto do conflito entre Israel e Hamas em Gaza.
Os Houthis fazem parte do que é conhecido como o “Eixo de Resistência”, uma coalizão de organizações que têm afinidade com o Irã e se opõem a Israel. Esse eixo inclui grupos como o Hezbollah libanês, o Hamas e o que restou do regime deposto de Bashar al-Assad na Síria.
A origem do grupo remonta a 1990, quando foi criado para desafiar a liderança do então presidente Ali Abdullah Saleh. Inicialmente formado por membros da minoria muçulmana xiita zaidita, os Houthis, sob a liderança de Houssein al Houthi, foram se fortalecendo ao longo dos anos, especialmente após a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003.
O grupo não hesitou em expressar sua hostilidade em relação aos Estados Unidos e a Israel, promovendo frases de ordem como “Morte aos Estados Unidos”, “Morte a Israel”, e “Vitória ao Islã”. Nesse contexto, se alinharam com o “eixo da resistência”, buscando apoio e legitimação de suas ações contra o Ocidente.
O conflito atual e as recentes ações dos EUA visam não apenas desestabilizar a capacidade militar dos Houthis, mas também reafirmar a postura americana na defesa de seus interesses na região e na proteção do tráfego marítimo, que é crucial para a economia global.
Este episódio sinaliza um aumento das tensões na região e levanta questões sobre as repercussões futuras na dinâmica entre os Estados Unidos, os Houthis, e as potências que têm influência sobre o Iémen e suas organizações rebeldes.
O que vem a seguir para o futuro da segurança marítima e como os EUA irão responder a possíveis novas ameaças são perguntas que permanecem sem resposta em meio a este cenário volátil.