O Brasil se encontra em uma posição privilegiada para lançar a evolução de sua rede móvel, o 5.5G, ou 5G-Advanced (5G-A), após a implementação bem-sucedida do 5G em sua versão mais avançada, conhecida como standalone (SA), que é frequentemente referida como o "5G puro". Carlos Roseiro, diretor de Marketing ICT da Huawei Brasil, afirma que as operadoras brasileiras estão a um passo de introduzir essa nova tecnologia, bastando apenas uma atualização de software, sem a necessidade de trocar o equipamento existente.
A Huawei apresentou um estudo sobre as oportunidades do 5.5G no Brasil, denominado "White Paper para Desenvolvimento do 5G-A no Brasil", durante o Mobile World Congress 2025 (MWC25), realizado em Barcelona. O 5G-A já está disponível comercialmente em países como China e na região do Oriente Médio, onde oferece velocidades de download que variam entre 2 a 5 gigabits por segundo (Gbps), além de latências reduzidas que beneficiam a experiência do usuário.
Testes realizados por operadoras brasileiras como TIM, Claro e Vivo em laboratório no ano anterior já demonstraram picos de velocidade que atingiram até 10 Gbps quando utilizadas frequências mais altas. Contudo, ainda não há uma previsão definida para o lançamento comercial do 5.5G no Brasil.
No mesmo "White Paper", a Huawei sugere que as operadoras iniciem a implementação do 5G-A em 2025. Essa tecnologia promete um retorno financeiro significativo ao permitir que as operadoras ofereçam serviços personalizados tanto para clientes comuns (B2C) quanto para empresas (B2B). A nova configuração da rede seria baseada em um uso mais intensivo da inteligência artificial (IA).
Dentre as opções sugeridas, destacam-se pacotes para viagens de negócios que incluem serviços de IA e computação em nuvem, soluções voltadas para influenciadores digitais com streaming ao vivo e serviços audiovisuais na nuvem, além de pacotes específicos para gamers, abrangendo assinaturas de jogos e músicas, todos com velocidades de download variando entre 2 e 3 Gbps.
"Muitas vezes, pensa-se que o Brasil está sempre atrasado em inovação, mas na verdade estamos na segunda onda de adoção, por já termos o 5G SA implementado", comentou Roseiro. Ele destacou que países europeus estão apenas agora migrando da tecnologia 5G non-standalone (NSA) para a versão SA, que proporciona uma operação mais eficiente e com maior velocidade.
Atilio Rulli, vice-presidente de relações públicas da Huawei para a América Latina e Caribe, mencionou que os primeiros testes com o 5G Advanced foram realizados no Brasil no ano passado, graças à visão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de implementar a tecnologia standalone. Essa decisão permitiu ao Brasil entrar na vanguarda dos avanços tecnológicos no setor.
A Huawei também sugere ao Ministério das Comunicações e à Anatel a realização de um leilão para a frequência de 6 gigahertz (GHz) em 2026, uma ação vista como crítica para aumentar a capacidade de transmissão de dados das redes existentes.
No que diz respeito à implementação do 5G-A, a Huawei destaca que os líderes mundiais neste setor estão utilizando uma banda de 200 megahertz (MHz) dedicada ao 5G-A. Em contraste, o leilão do 5G no Brasil ofereceu entre 140 MHz e 150 MHz nas frequências de 3,5 GHz e 2,3 GHz.
Para os fabricantes de dispositivos móveis, a recomendação é que aumentem a gama de smartphones que suportam 5G-A, tanto em termos de hardware quanto de software. Atualmente, na China e no Oriente Médio, 17 modelos já operam comercialmente com essa tecnologia. No Brasil, modelos avançados de smartphones que poderiam operar com 5G-Advanced estão presentes, porém, necessitam de atualizações de software.
A TIM, em nota, informou que o 5.5G é parte de sua estratégia de inovação na tecnologia móvel. A operadora mencionou que os testes realizados resultaram em um novo recorde de velocidade de transferência de dados, alcançando 11,6 Gbps em fevereiro do ano passado. Marco Di Costanzo, diretor de tecnologia (CTO) da TIM, comentou que a operadora continuará testando novas tecnologias para oferecer sempre a melhor experiência aos clientes.
A Claro também destacou seus testes, conseguindo alcançar 10,4 Gbps com o 5G-A em Brasília, o que representa dez vezes mais que as velocidades máximas registradas em redes 5G comerciais no Brasil.
Os testes realizados pelas operadoras no Brasil incluem o uso de redes que utilizam ondas milimétricas, que não são necessariamente acessíveis por smartphones tradicionais, mas requerem dispositivos específicos como modems.
Até o momento, a Vivo não se manifestou sobre a possibilidade de lançamento do 5G-A.
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