A startup europeia Grouphug, que opera em modo sigiloso, está desenvolvendo uma plataforma de inteligência artificial (IA) com o objetivo de extraír valor de interações em grupos do WhatsApp. Sob a liderança de Felix Petersen, veterano da tecnologia, a startup arrecadou recentemente US$ 1,7 milhão para implementar sua solução, que promete transformar a dinâmica de conversas privadas.
Atualmente, a Grouphug atua transformando históricos de chats do WhatsApp em memes divertidos, mas essa é apenas uma parte de sua ambição. Em entrevista à TechCrunch, Petersen revelou que a intenção da empresa é explorar o potencial inexplorado de grupos fechados, um território ainda pouco aproveitado pelas soluções atuais de IA. "Desbloqueamos o segredo do humor via IA. Por enquanto, geramos piadas a partir das interações do grupo, mas há mais por vir", afirmou o fundador da startup.
Enquanto a Grouphug foca em grupos de WhatsApp, o aplicativo oficial também está avançando com a integração de IA. A Meta, proprietária do WhatsApp, iniciou testes de ícones gerados por IA para usuários beta, mas ainda apresenta limitações em suas funcionalidades. O que diferencia a solução da Grouphug é a proposta de análise contextual e personalização em larga escala, promovendo uma experiência rica e interativa diferente de imagens padrão.
O investimento pré-seed de US$ 1,7 milhão foi liderado pela Blueyard VC, com contribuições da Tiny VC e de Charles Songhurst, ex-executivo da Meta. Oportunidades de crescimento incluem a adição de ferramentas como moderação automática, resumos de conversas e sugestões de atividades baseadas no histórico do grupo. Com esses recursos, a startup desse avança na criação de um ambiente mais dinâmico para grupos de trabalho, comunidades e familiares.
A proposta do Grouphug enfrenta desafios como a resistência dos usuários contra a automação em suas interações privadas e a intensa concorrência das funcionalidades nativas do WhatsApp. Contudo, a startup defende que sua abordagem é complementar e não invasiva. "Grupos do WhatsApp são o último reduto não explorado da internet pública. É uma mina de ouro para IA generativa", afirma Petersen, trazendo à tona o potencial que a tecnologia pode oferecer nesse contexto.
Embora haja um grande potencial na abordagem da Grouphug, especialistas ressaltam a importância da transparência no manejo de dados. A startup ainda não revelou como irá armazenar ou processar mensagens, mas Petersen garante que as práticas atenderão às normas de privacidade do WhatsApp. Se a startup obtiver sucesso, poderá abrir caminho para uma nova categoria de aplicações focadas em grupos privados, um mercado que até então carece de lideranças bem definidas.