Líderes das bancadas do Congresso Nacional se reuniram nesta quarta-feira (12) para discutir uma nova minuta de projeto que busca ajustar as normas relacionadas à análise de emendas parlamentares, de acordo com o entendimento firmado com o Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta está agendada para votação em uma sessão conjunta de deputados e senadores nesta quinta-feira (13).
Esse projeto de resolução ainda não foi protocolado oficialmente e pode passar por modificações. Ele estabelece as diretrizes internas do Legislativo para a apresentação, votação e aprovação de emendas, que podem ser de comissão, bancada ou individuais.
O STF, em decisão unânime, confirmou a determinação do ministro Flávio Dino, que homologou um plano de trabalho visando aumentar a transparência e a rastreabilidade no pagamento dos recursos destinados a emendas. Assim, para que as regras do plano estejam alinhadas com as normas do Congresso, é necessário que os parlamentares analisem o referido projeto.
Esse projeto busca, na prática, adaptar o processo de apresentação de emendas à legislação sancionada no ano passado, que regulamenta os repasses financeiros. Uma das principais inovações introduzidas diz respeito à obrigatoriedade de destinar emendas de comissão a políticas públicas que sejam estruturalmente relevantes, tanto em nível nacional quanto regional. Para isso, os líderes partidários nas comissões temáticas terão um papel central na votação das indicações.
As emendas de bancada estadual, por sua vez, devem ser direcionadas exclusivamente para os estados correspondentes. Contudo, o envio de recursos para outros estados será permitido quando se tratar de projetos de grande relevância nacional. O texto também estabelece um limite máximo para o número de emendas de cada tipo e define os procedimentos relacionados ao envio de atas e comunicados ao Poder Executivo.
Para garantir a implementação das novas disposições, o projeto de resolução propõe a criação de uma nova pasta, chamada Secretária Especial de Orçamento Público. Essa nova secretaria terá a função de auxiliar os trabalhos da Comissão Mista de Orçamento (CMO). As regras de transparência das emendas foram debatidas e negociadas durante vários meses, desde o ano passado, e só foram viabilizadas com a aprovação do STF.
A solução acerca das emendas também tem o potencial de facilitar o avanço do Orçamento deste ano, que se encontra previsto para votação na próxima semana. Ao alinhar as novas regras de emendas às necessidades do Congresso e do STF, espera-se otimizar e modernizar o processo legislativo, beneficiando o sistema político brasileiro como um todo.