Na tarde de nesta segunda-feira, 10 de março de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Alexandre Padilha (PT-SP) como novos ministros, em uma cerimônia no Palácio do Planalto que marca um importante movimento dentro da reforma ministerial promovida por Lula.
A nomeação dos novos ministros formaliza as alterações que haviam sido anunciadas no final de fevereiro. Gleisi Hoffmann assume a Secretaria de Relações Institucionais, enquanto Alexandre Padilha retorna ao Ministério da Saúde, onde já havia atuado entre 2011 e 2014. Essa transição foi possível devido à saída de Nísia Trindade do cargo de ministra da Saúde.
Durante a cerimônia, ambos os ministros proferiram discursos defendendo a importância do governo Lula e a necessidade de fortalecer a democracia nacional, além de uma posição firme contra o negacionismo. Gleisi, agora à frente da articulação política, ressaltou seu compromisso em construir alianças sólidas no Congresso.
Ela destacou o papel fundamental do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no que tange à defesa da democracia, afirmando: "Quero aqui reconhecer o papel do ministro Alexandre de Moraes na defesa da democracia e, agora, da soberania nacional. Respeitamos e temos relações com todos, mas o Brasil é dos brasileiros e brasileiras." Gleisi também enfatizou a relevância da cultura na reconstrução da memória democrática brasileira, prestando homenagem a personalidades do cinema que refletem a luta pela liberdade.
Na sua nova função, Alexandre Padilha prometeu um combate incisivo ao negacionismo no Ministério da Saúde, declarando a vacinação como uma de suas prioridades. Ele afirmou: "Na condição de ministro da Saúde, terei um inimigo contra o qual nunca recuarei: o negacionismo e as ideologias que os cercam. Negacionistas, vocês têm nas mãos o sangue dos que morreram na pandemia. Nós vamos impulsionar um amplo movimento nacional pela vacinação e defesa da vida."
Padilha também abordou a desinformação em torno das vacinas, relembrando a resistência enfrentada pela vacina contra o HPV no passado e reafirmando o compromisso do Brasil com organismos internacionais de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele reiterou: "Dizer sim à OMS é dizer sim à vacinação contra poliomielite. Dizer sim à OMS é dizer sim ao programa mundial de enfrentamento às infecções sexualmente transmissíveis."
A reintegração de Padilha ao Ministério da Saúde reflete a estratégia de Lula para reforçar a articulação política do governo. Padilha, que ocupava anteriormente a pasta de Relações Institucionais, enfatizou seu papel na reconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS) e na resposta a crises herdadas de gestões anteriores. Em seu discurso, ele comentou sobre os eventos de 8 de janeiro de 2023, defendendo a necessidade de preservar a democracia: "Juntos, conseguimos impedir o golpe de 8 de janeiro, um plano sórdido que incluía o assassinato de Lula e Alckmin. Se eles tivessem tido sucesso, Lula e Alckmin não estariam aqui, este salão estaria vazio. Mas vencemos, nós ainda estamos aqui."
Ele destacou ainda a importância de garantir investimentos na saúde sem sacrificar políticas sociais, afirmando: "Fizemos o terceiro maior ajuste fiscal, não com fome, não com sacrifício da população que mais precisa." Padilha também expressou seu agradecimento a aliados políticos, ressaltando a necessidade de suporte no Congresso para implementar suas metas.
A mudança na liderança do Ministério da Saúde é parte de uma ajustada estratégia do governo Lula, que busca ministros mais ativos na comunicação e defesa da gestão, prevendo um acirrado embate eleitoral em 2026. A substituição de Nísia Trindade é considerada crucial para dar ao governo uma nova dinâmica em suas relações com o Legislativo e na gestão de políticas públicas.
Essas mudanças, além de importantes para o governo, têm um impacto direto na condução de políticas públicas e na formulação de estratégias para enfrentar os desafios atuais do Brasil, incluindo a reconstrução da confiança nas instituições e na intensificação do debate sobre saúde pública e vacinas. A atuação de Gleisi e Padilha será crucial para o fortalecimento do governo nos meses vindouros, especialmente em um cenário político cada vez mais desafiador.
O governo Lula busca não apenas restabelecer a sua agenda política, mas também garantir que questões como saúde e articulação política sejam tratadas com a seriedade e o compromisso que a sociedade espera. O engajamento de ambos os ministros será fundamental para a construção de um ambiente democrático e de um Brasil mais igualitário.