O governo federal está prestes a abandonar o slogan "União e Reconstrução", adotado desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para adotar um lema que simbolize uma verdadeira mudança de rumo. Essa decisão surge em um momento crítico, no qual o Palácio do Planalto enfrenta o desafio de reverter a queda de popularidade da administração atual.
Sidônio Palmeira, ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), comentou a situação, afirmando que o principal objetivo é aumentar a percepção do eleitorado sobre as ações que foram realizadas nos primeiros dois anos de governo Lula. Segundo ele, "Estamos analisando um novo slogan para o governo. Pretendemos divulgar todas as ações que já foram feitas durante esses dois anos. O que o governo já fez é muito maior do que a percepção popular. Esse é o nosso grande desafio".
O lema "União e Reconstrução" foi adotado após a vitória de Lula na eleição de 2022, com o intuito de simbolizar a busca pela união do país após uma polarização política intensa. Entretanto, pessoas próximas à administração acreditam que esse slogan já não comunica eficazmente a mensagem que o governo deseja transmitir. O presidente Lula destacou que 2025 deve ser o "ano da colheita", um momento em que os resultados da gestão devem ser apresentados à população.
Conforme noticiado pela CNN, Lula possui a expectativa de que até julho deste ano, o governo consiga reverter a tendência negativa em sua popularidade. Embora isso seja o esperado de acordo com o planejamento do governo, a realidade atual é preocupante. Uma pesquisa da AtlasIntel/Bloomberg, divulgada recentemente, revela que a avaliação negativa do governo Lula aumentou, com 50,85% dos entrevistados considerando a administração ruim ou péssima, enquanto apenas 37,6% a classificaram como ótima ou boa. Em comparação, em janeiro, a avaliação positiva era de 37,8%, enquanto a negativa, 46,5%.
O levantamento também demonstrou um crescimento na desaprovação ao presidente, que alcançou 53%, aumento em relação ao levantamento anterior, com a aprovação registrada em 45,7%. Em janeiro, os números eram de 51,4% desaprovando e 45,9% aprovando. Com a queda na popularidade, o Palácio do Planalto tem adotado medidas para mudar este cenário. Recentemente, o governo anunciou um pacote de ações destinado a reduzir os preços dos alimentos. Isso inclui a isenção de impostos sobre a importação de diversos produtos e ações regulatórias que visam estimular a competitividade e diminuir os custos.
Além disso, no âmbito das reformas administrativas, Lula iniciou uma reformulação em seu ministério. O presidente demitiu a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e trouxe Alexandre Padilha para a liderança da pasta, que será presidida pela ex-presidente do PT, Gleisi Hoffmann, na Secretaria de Relações Institucionais. Essas mudanças visam alinhar a gestão com um programa que simbolize novos objetivos e uma nova abordagem frente aos desafios atuais.