A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, declarou que o país pode recorrer às exportações de petróleo e gás como ferramenta nas negociações com os EUA, caso as tarifas sobre produtos canadenses aumentem. Em uma declaração nesta quarta-feira (5), Joly enfatizou que o Canadá já se comprometeu a implementar tarifas em importações dos EUA que somam 155 bilhões de dólares canadenses, no entanto, o governo canadense ainda não definiu se reduzirá suas próprias exportações de commodities essenciais ou se aplicará tarifas a elas.
Em torno de 4 milhões de barris de petróleo são exportados diariamente pelo Canadá aos EUA, representando quase 90% do total de vendas de petróleo bruto do país. “Claro, há óleo e gás. Ainda não colocamos isso na mesa, mantivemos essas cartas na manga, cartas que podemos usar se isso piorar, e os EUA sabem disso”, afirmou Joly. A ministra ainda destacou que, caso Ottawa decida impor tarifas de exportação sobre potássio, os agricultores americanos teriam um custo adicional de 1,7 bilhão de dólares canadenses, embora não tenha esclarecido se essa questão poderia ser uma alavanca nas negociações.
Alberta, que é a principal província exportadora de energia do Canadá, reafirmou que não concordará com a ideia de reduzir suas exportações de energia para os Estados Unidos. É importante ressaltar que Joly faz parte do governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, que deixará o cargo após o Partido Liberal escolher um novo líder no próximo domingo (8). Os principais candidatos na corrida pela liderança defendem uma postura firme contra o presidente americano, Donald Trump, em relação às tarifas e sugere que a pressão nas negociações deve ser intensificada.
A situação atual entre o Canadá e os Estados Unidos em relação às tarifas representa um aspecto crucial nas relações comerciais entre os dois países. A capacidade do Canadá de utilizar suas exportações de petróleo e gás como um elemento de negociação destaca a complexidade e a interdependência econômica existente entre as nações. A escolha de estratégias na política comercial será fundamental para moldar o futuro das relações bilaterais.
Enquanto isso, o debate sobre tarifas continuará a ser um ponto focal, tanto para o governo canadense quanto para os agricultores e empresas americanas afetados. A necessidade de um diálogo claro e uma abordagem equilibrada será crucial para evitar uma escalada de tensões que poderia impactar negativamente a economia de ambos os lados.