Os preços do petróleo experimentam uma queda significativa pelo terceiro dia consecutivo, refletindo as preocupações dos investidores em relação aos planos da Opep+ para aumentar a produção em abril.
Na B3, as ações de diversas petroleiras apresentaram um desempenho negativamente impactado nesta quarta-feira (5), com os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) registrando uma queda de 4,07%, negociados a R$ 37,46 para as ações ordinárias, e uma diminuição de 3,06% nas ações preferenciais, atingindo R$ 34,83. Brava Energia (BRAV3) ficou ainda mais afetada, com uma queda de 6,22%, a R$ 16,89. Enquanto isso, a PRIO (PRIO3) teve uma perda menos acentuada, com uma queda de 1,62%, precificada a R$ 37,55. Esse movimento ocorre mesmo após o Ibama ter concedido a licença de perfuração para o campo de Wahoo.
Os preços do petróleo WTI caíam 4,29%, sendo negociado a US$ 65,33 o barril, enquanto o Brent registrava uma redução de 3,67%, cotado a US$ 68,43 o barril. As quedas estão ligadas a novas preocupações do mercado relacionadas às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Canadá, China e México, que intensificaram as tensões comerciais.
Os contratos da commodity estavam próximos das mínimas de vários meses, pressionados pelas perspectiva de que as tarifas dos EUA e as respostas tarifárias dos países afetados poderiam desacelerar o crescimento econômico global e reduzir a demanda por combustíveis. Ashley Kelty, analista da Panmure Liberum, comentou: "A imposição de tarifas sobre China, Canadá e México pelos EUA provocou represálias rápidas de cada país, o que aumentou as preocupações com a desaceleração do crescimento econômico e o consequente impacto sobre a demanda de energia".
Pelo lado da oferta, a Opep+ decidiu, em reunião realizada na segunda-feira, aumentar a produção de petróleo pela primeira vez desde 2022. Esta medida, implementada através de um aumento de 138.000 barris por dia (bpd) a partir de abril, é a primeira parte de um plano para reverter cortes de quase 6 milhões de bpd, equivalentes a cerca de 6% da demanda global.
Além disso, foi reportado que os estoques de petróleo dos Estados Unidos tiveram um aumento significativo de 3,614 milhões de barris, agora totalizando 433,77 milhões de barris na semana passada, segundo dados do Departamento de Energia (DoE). Essa alta contrasta com as expectativas mais modestas do mercado, que apontavam para um aumento de apenas 200 mil barris.
Ao mesmo tempo, os estoques de gasolina apresentaram uma queda de 1,433 milhões de barris, ficando em 246,83 milhões de barris, enquanto a previsão era por uma diminuição menor, de 500 mil barris. Nos destilados, houve uma queda de 1,318 milhões de barris, para 119,15 milhões de barris, ao contrário da expectativa de um aumento de 500 mil barris.
O cenário atual da indústria petrolífera evidencia a fragilidade do setor diante de fatores externos, como políticas tarifárias e decisões da Opep+. A reação do mercado sublinha a importância de acompanhar estas dinâmicas para entender melhor a direção que o mercado pode tomar nos próximos meses.
Em resumo, a situação atual traz à tona a necessidade de monitorar os desdobramentos nas relações comerciais globais, bem como as medidas que a Opep+ tomará para equilibrar o mercado. Se você está atento a essas tendências, fique à vontade para compartilhar suas opiniões sobre o futuro do setor. O que você acha que acontecerá nas próximas semanas? Deixe seu comentário!