Mobly rejeita proposta de controle da Tok&Stok
A Mobly, empresa brasileira de móveis e decoração, decidiu rejeitar a proposta de aquisição feita pelos fundadores da Tok&Stok, alegando que a oferta é 'inviável'. Segundo a companhia, acionistas que detêm 40% do capital manifestaram oposição aos termos da proposta, que inclui um desconto superior a 50% por ação e a exclusão da cláusula de 'poison pill'. Essa cláusula, que visa proteger a empresa contra aquisições hostis, impede que a oferta possa ser concretizada como pretendido pelos proponentes.
A proposta dos fundadores, que tinha como objetivo a compra de 69,2% da Mobly, foi comunicada apenas dias antes da negativa oficial da companhia. A Mobly, que está focada em sua estratégia atual e não possui planos de capitalização no momento, explicou que a resistência dos acionistas impede qualquer avanço nas negociações.
Detalhes da Proposta
O plano apresentado pelos Dubrule não só requer a exclusão da cláusula de 'poison pill', mas também estabelece um preço por ação de R$ 0,68, que representa um desconto significativo em relação ao preço de fechamento recente de suas ações, que estavam cotadas a R$ 1,39. Essa proposta foi considerada inaceitável, uma vez que a Mobly acredita que tal valor não reflete o valor real da companhia.
A cláusula de 'poison pill' da Mobly estabelece que, uma vez que um investidor ou grupo atinja uma participação acionária relevante, deve fazer uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para adquirir 100% do capital a um preço superior a 120% de um dos quatro critérios definidos, como o maior preço das ações nos últimos 180 dias. Isso visa proteger os acionistas minoritários de perdas financeiras em caso de aquisição hostil.
No último resultado financeiro, a Mobly registrou uma queda de 7,33% nas ações ao longo do ano, além de um prejuízo de R$ 58,7 milhões entre janeiro e novembro de 2024. Os acionistas aguardam ansiosos pelos resultados do último trimestre, que serão divulgados em breve.
Estratégia da Mobly
Recentemente, em agosto do ano anterior, a Mobly firmou um acordo com a SPX, antiga Carlyle no Brasil, para fundir as operações com a Tok&Stok, apesar da oposição dos fundadores. Agora, a empresa está concentrada em sua própria estratégia de negócios e na integração com a Tok&Stok, buscando sinergias que possam beneficiar ambas as marcas.
Os Dubrule, por sua vez, argumentam que têm uma participação significativa nas ações da Tok&Stok e buscam um controle sobre a Mobly, apresentando uma proposta que ainda pode ser ajustada dependendo de futuras capitalizações.
Para que a oferta dos Dubrule avance, seria necessário obter a aprovação em uma assembleia geral para alterar o estatuto da Mobly, excluindo assim a cláusula de 'poison pill', que é uma proteção contra a aquisição não desejada. Estes são pontos críticos que ainda precisam ser abordados para que a proposta tenha alguma chance de sucesso no futuro.
O preço proposto pelos fundadores, portanto, não apenas apresenta um desconto, mas também não inclui quaisquer prémios que normalmente seriam esperados em ofertas deste tipo, o que levanta preocupações sobre a verdadeira intenção por trás da proposta.
Conclusão
Com uma resistência de acionistas, a rejeição da Mobly reforça a cautela que a empresa está tomando em suas decisões de governança e estratégia. O futuro da proposta dos Dubrule permanece incerto e depende de mudanças significativas na estrutura acionária e das reações dos investidores. A comunidade de investidores e o mercado estarão atentos aos próximo passos dessa negociação e aos resultados financeiros da Mobly. Para mais atualizações, fique ligado e compartilhe suas opiniões nos comentários abaixo.
