O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu suspender toda a ajuda militar destinada à Ucrânia, em meio a um recente confronto com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. A informação foi divulgada por uma fonte da Casa Branca na última segunda-feira (3). Segundo o funcionário, que pediu anonimato, "O presidente deixou claro que está focado na paz. Precisamos que nossos parceiros também estejam comprometidos com esse objetivo. Estamos pausando e revisando nossa ajuda para garantir que ela esteja contribuindo para uma solução".
Em resposta ao anúncio, o gabinete de Zelensky não se manifestou imediatamente, não enviando comentários à Reuters fora do horário de expediente.
A suspensão ocorre no contexto das recentes mudanças na política externa dos EUA em relação à Ucrânia e à Rússia, desde que Trump assumiu a presidência em janeiro. O presidente adotou uma postura mais conciliatória em relação a Moscou após um encontro tenso com Zelensky na Casa Branca, ocorrido na última sexta-feira (28), onde Trump o criticou, alegando que o líder ucraniano deveria ser "mais grato" pelo apoio fornecido por Washington durante a guerra com a Rússia.
Nesta segunda-feira, Trump reforçou sua crítica a Zelensky, afirmando que o presidente ucraniano deveria ter uma postura de agradecimento em relação à assistência americana. Essa declaração foi uma reação às palavras de Zelensky, que indicaram que o fim do conflito estaria "muito, muito distante". Trump se manifestou em seu perfil no Truth Social, classificando a declaração de Zelensky como "a pior que poderia ter sido feita", e afirmou que "a América não vai tolerar isso por muito mais tempo!".
Apesar da frustração expressa por Trump em relação a Kiev, ele insinuou que ainda há a possibilidade de um acordo que permita a abertura dos minerais ucranianos para investimentos dos EUA. Enquanto isso, líderes europeus apresentaram propostas para uma trégua no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
A administração Trump acredita que um acordo nessa área pode ser uma forma de recuperar parte dos bilhões de dólares destinados à Ucrânia em ajuda financeira e militar desde a invasão russa, que ocorreu há três anos. Quando questionado se o acordo estava em andamento, Trump respondeu: "Não, acho que não". Ele descreveu essa possibilidade como um "ótimo negócio para nós" e prometeu oferecer uma atualização sobre a situação em um discurso na terça-feira (4), durante uma sessão conjunta do Congresso.