Após a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) ser designada para a Secretaria de Relações Institucionais, o governo brasileiro está se movimentando para colocar um representante do centrão na liderança da Câmara dos Deputados. O atual titular do cargo, o deputado José Guimarães (PT-CE), pode ser substituído, uma vez que a estratégia visa equilibrar a articulação política com o novo papel de Gleisi e conta, inclusive, com seu apoio, conforme informações obtidas pela CNN.
Alguns parlamentares expressaram sua insatisfação com a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de manter um petista na articulação governamental. A mudança é vista como uma oportunidade de facilitar a relação do governo com figuras do centrão, cuja influência é significativa no cenário político atual.
A indicação de Gleisi Hoffmann para a secretaria foi recebida como uma “surpresa” por muitos, até mesmo dentro do Partido dos Trabalhadores (PT). A oposição reagiu com ironias, mencionando que a decisão pode ajudar no trabalho de resistência ao governo. Por outro lado, o centrão interpretou a nomeação como uma movimentação que se afasta da ideia de unidade da frente ampla.
O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL), atual líder do MDB na Câmara, figura como o candidato mais cotado para substituir Guimarães na liderança do governo. Bulhões é visto como um dos principais aliados do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Anteriormente, o parlamentar foi sugerido pelo centrão para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, mas Lula preferiu um nome de sua confiança para o cargo.
Gleisi Hoffmann ocupa a presidência do PT desde 2017 e é conhecida por seu apoio incondicional a Lula, especialmente durante seu período de prisão em Curitiba, além de ter coordenado a campanha eleitoral de 2022. Outros deputados que estão na lista de possíveis substitutos para a liderança incluem Antonio Brito (PSD-BA) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
José Guimarães, na liderança da Câmara desde o início do governo atual, tem consolidado relações com partidos centristas e se aproximou de Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, algo que gerou preocupações entre alguns integrantes do governo. Além disso, Guimarães se encontra em uma disputa interna com o senador Humberto Costa (PT-PE) pelo comando provisório do PT, após a saída de Gleisi para o ministério. A cúpula do partido deve designar um nome temporário até as eleições internas, previstas para julho.
A Executiva Nacional do PT marcará uma reunião virtual nesta sexta-feira (7) a partir das 10h para discutir as próximas etapas relacionadas à liderança e também à situação interna após as mudanças recentes.