As ações da Petrobras registraram uma queda significativa nesta quinta-feira (27), refletindo os resultados financeiros decepcionantes da companhia. A estatal anunciou que seu lucro líquido encolheu mais de 70% em comparação ao ano anterior, causando uma forte reação no mercado. Neste momento, os papéis da empresa, que podem ser acessados pelos códigos PETR3 e PETR4 na bolsa brasileira, caíam mais de 5% no início da tarde.
No início do dia, as ações ordinárias da Petrobras, que conferem aos acionistas direito a voto nas assembleias, apresentavam uma queda superior a 8%. Por sua vez, as ações preferenciais, que compõem a maior parte do capital acionário e não possuem direito a voto, recuavam 5,56%.
A drástica redução no lucro foi ocasionada pela companhia ter reportado um valor de R$ 36,6 bilhões em 2024, uma diminuição de 70,6% em relação a 2023, quando a empresa obteve um dos maiores lucros da sua história, atingindo R$ 124,6 bilhões.
De acordo com a Petrobras, a queda nos lucros se deve a fatores como a desvalorização do real frente ao dólar e a ocorrência de "eventos exclusivos, em maior parte sem efeito no caixa da companhia". Fernando Melgarejo, diretor financeiro e de relacionamento com investidores da empresa, explicou que esses eventos correspondem a movimentações financeiras entre as empresas do mesmo grupo, que apresentam resultados contábeis contraditórios durante períodos de flutuações cambiais.
O executivo esclareceu que, apesar dessas operações causarem desequilíbrios contábeis temporários, a avaliação econômica final se manterá equilibrada. Ele enfatizou que, caso não fossem consideradas essas transações, o lucro líquido da Petrobras poderia ter alcançado até R$ 103 bilhões.
As notícias em relação à lucratividade da Petrobras também trouxeram à tona a expectativa de dividendos. O conselho de administração da estatal propôs a distribuição de R$ 9,1 bilhões em dividendos na próxima assembleia-geral, agendada para o dia 16 de abril. Se a proposta for aprovada, os acionistas receberão um total de R$ 75,8 bilhões referente ao exercício de 2024, que inclui R$ 73,9 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, além de R$ 1,9 bilhão em recompra de ações.
Conforme detalhado pela Petrobras, os dividendos serão pagos em duas parcelas, nos meses de maio e junho de 2025. O valor será de R$ 0,70954522 por ação, ordinária e preferencial, sendo a primeira parcela de R$ 0,35477261 com pagamento previsto para o dia 20 de maio de 2025, e a segunda parcela do mesmo valor, com pagamento agendado para 20 de junho de 2025.
A situação atual das ações da Petrobras e a queda acentuada em seu lucro levantam questionamentos sobre o futuro financeiro da estatal. A administração enfrentará a difícil tarefa de recuperar a confiança dos investidores e os resultados financeiros. As questões cambiais e as condições econômicas do Brasil também desempenharão um papel crucial nesse processo. A continuidade da desvalorização do real e o cenário global do mercado de petróleo influenciarão diretamente o desempenho da companhia nos próximos anos.
Enquanto isso, a comunidade de investidores e analistas acompanhará de perto as próximas decisões da Petrobras e a evolução de suas estratégias para se adaptar a um ambiente financeiro volátil. Esse será um momento decisivo para a companhia e seus acionistas, que aguardam com expectativa uma recuperação que possa restaurar os lucros e valorizar suas ações no mercado.
O impacto direto da queda nos lucros e nas ações da Petrobras afeta não apenas o mercado financeiro, mas também a trajetória econômica do Brasil, uma vez que a estatal é uma das maiores fontes de receita do país. As expectativas dos acionistas e a capacidade de a empresa se reerguer diante de desafios financeiros serão temas recorrentes nas conversas sobre o futuro da economia brasileira.
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