A Caixa Econômica Federal fez um anúncio importante sobre a situação do crédito imobiliário no Brasil. A instituição afirmou que a liberação de valores retidos no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) devido ao sacao-aniversário não irá prejudicar o fluxo de recursos destinado à habitação. Essa declaração busca tranquilizar o mercado e investidores do setor imobiliário.
A partir de 6 de março, o governo permitirá que trabalhadores demitidos, que não conseguiram sacar seus fundos devido à regra do saque-aniversário, tenham acesso a esses recursos. Neste modelo, o trabalhador pode retirar uma parte do saldo do FGTS, mas perde o direito ao saque total em caso de demissão.
Apesar de algumas preocupações levantadas por setores da construção civil, a Caixa reafirmou que não haverá impacto significativo nas liberações de crédito. O presidente do banco, Carlos Vieira, declarou: "Contabilmente, no conselho de curador do FGTS, já é tomada a decisão de que esses recursos não são destinados à utilização para a casa própria". Essa afirmação foi feita durante a apresentação do balanço da instituição para 2024.
Os fundos do FGTS têm um papel crucial no financiamento de projetos de infraestrutura e construção de moradias. Além disso, os trabalhadores podem usar esses recursos para a compra da casa própria. Para 2024, a Caixa registrou um total de R$ 20 bilhões em contratos de financiamento imobiliário já pré-aprovados, mas que aguardam a liberação dos fundos.
O vice-presidente de finanças da Caixa, Marcos Brasiliano, destacou que a expectativa é manter o financiamento via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) e diversificar as fontes de recursos. Em 2023, a Caixa observou uma redução nos depósitos da poupança, mas este número já voltou a crescer em 2024. O banco também está captando recursos através da Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que é um título de renda fixa isento de Imposto de Renda, com alta demanda no mercado. "A captação de LCI projetada para o ano foi quase completamente atingida em apenas dois meses, somando mais de R$ 10 bilhões", afirmou Brasiliano.
Embora a Caixa não tenha divulgado suas previsões financeiras detalhadas para o ano, a expectativa é de que a apresentação dos novos números ocorra após o Carnaval. Em 2024, a carteira de crédito imobiliário da Caixa cresceu 20,6%, chegando a R$ 223,6 bilhões, representando 67,2% do mercado doméstico.
Em relação às taxas de juros, o banco não prevê novos aumentos no financiamento imobiliário para este ano, apesar de uma alta nas taxas fora do programa Minha Casa, Minha Vida, que subiram de 8,99% para 10,99% ao ano. As taxas em produtos ajustados pela TR (taxa referencial) podem alcançar até 12% ao ano, com prazos de financiamento que se estendem até 420 meses.
Brasiliano também comentou sobre o planejamento para 2025, reiterando que não há necessidade de ajustes nas taxas atuais a menos que haja um aumento significativo na concessão de crédito. "Mantidas as projeções de curva futura de juros, o planejamento de 2025 está fechado com a taxa de financiamento imobiliário divulgada. Não vejo, neste momento, necessidade de realinhamento de taxa".
Para oferecer uma visão mais clara sobre a performance do banco, seguem alguns dados relevantes: