Na última segunda-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou que seu principal objetivo é alcançar um cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia o mais rápido possível. Essas declarações foram feitas durante uma coletiva de imprensa ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron, na Casa Branca. Macron, por sua vez, enfatizou a necessidade de um acordo de paz que garanta a soberania da Ucrânia, especialmente em face dos avanços agressivos da Rússia.
O encontro aconteceu no marco dos três anos do início do conflito no Leste Europeu e segue um período de crescente tensão entre os líderes globais. Recentemente, Trump havia sinalizado uma possível aproximação com o presidente russo, Vladimir Putin, o que provocou reações variadas. Putin mencionou que a postura de Trump em relação ao conflito estaria "do interesse da Ucrânia".
Tanto Trump quanto Macron concordaram em que a possibilidade de tropas militares de países europeus na Ucrânia seria essencial para garantir a paz após a assinatura de um acordo. Trump, que disse já ter mantido uma conversa com Putin, acredita que "Putin aceitará" a presença dessas forças em território ucraniano.
Macron, embora tenha afirmado que não tem falado com Putin recentemente, expressou esperança de que, com o retorno de Trump à Casa Branca, surjam um "novo contexto" e uma "nova oportunidade para re-estabelecer contato" com Moscou. Durante a reunião, os líderes tiveram divergências sobre os gastos com apoio à Ucrânia. Trump afirmou que os EUA ofereceram mais ajuda a Kiev do que qualquer outro país, uma declaração que foi contestada por especialistas. Em resposta, Macron observou que a Europa assumiu cerca de 60% do esforço financeiro da Ucrânia na guerra.
Recentemente, Trump fez declarações polêmicas sobre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ao chamá-lo de "comediante modestamente bem-sucedido" e "ditador", além de ameaçá-lo diretamente. Dois dias depois, o ex-presidente americano declarou que a presença de Zelensky nas negociações não era crucial, sugerindo que sua posição dificultava a realização de acordos. Zelensky, reagindo, acusou Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas da Ucrânia para dar apoio, afirmando que não aceitaria vender seu país.
Em meio a esses desdobramentos, representantes dos EUA e da Rússia se reuniram na Arábia Saudita para discutir o fim do conflito, sem a participação de autoridades ucranianas. A guerra na Ucrânia chegou a três anos, e líderes mundiais têm expressado solidariedade ao povo ucraniano.
No dia 17 de fevereiro, líderes europeus se mostraram prontos para enviar tropas de paz para a Ucrânia após um eventual acordo de paz entre Moscou e Kiev. Eles enfatizaram a necessidade de aumentar os investimentos militares para se proteger da ameaça expansionista russa, momento que se seguiu a uma reunião de emergência em Paris. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou estar "pronto e disposto" a despachar tropas britânicas para a Ucrânia como parte de um possível acordo de paz.
Trump também surpreendeu seus aliados na Otan e na Ucrânia quando, no início do mês, informou que havia mantido contato com Putin sem consultá-los e que iniciaria um processo de paz. No último domingo (23), Zelensky expressou sua disposição de deixar o cargo em troca de um fim para a guerra, condicionando sua saída à adesão da Ucrânia à Otan. Ele declarou estar aberto a uma saída imediata do governo, assegurando que "não pretendo estar no poder por décadas".